Variados Artigos Sobre a Sustentabilidade
5 de junho de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: medidas gerais, muitas publicações, proposições objetivas e empresariais | 2 Comentários »
Tanto em decorrência do Dia do Meio Ambiente, como proximidade da reunião do Rio + 20, muitos jornais e meios de comunicação estão dedicando grandes espaços para os assuntos relacionados com o tema, chegando a mencionar alguns exemplos em andamento. A esperança é que muitas das ideias veiculadas tenham a possibilidade de conscientizar a opinião pública sobre a urgência das medidas que ajudem na preservação do meio ambiente, ainda que as autoridades e as empresas estejam tratando do assunto como se fossem problemas dos outros, comprometendo-se pouco com metas objetivas.
Falar em tese sobre estas posições sempre é simpático, bem como apontar as graves consequências que podem advir das tendências presentes. No entanto, diante dos problemas econômicos que todo o mundo está enfrentando, poucos são os casos de medidas concretas que estejam sendo decididas, aumentando os esforços que levem a inverter a tendência atual.
O fato concreto é que a discussão parece com a das medidas de política macroeconômica, com as quais todos podem concordar, mas que não chegam aos casos concretos de microeconomia, que envolvem diretamente um caso concreto, por exemplo, de uma empresa.
Fala-se de tantas questões de reciclagem de materiais descartáveis, mas não se chega a um sistema que obrigue a população a adotá-las compulsoriamente, ficando somente no campo da colaboração voluntária. Quando um povo tem consciência dos problemas, em muitos países as medidas já se tornaram obrigatórias, implicando em punições concretas sobre os que transgridem com ações antissociais.
Veja-se o caso das sacolas plásticas. Não basta que os supermercados deixem de utilizar sacolas para o transporte das compras, mas é preciso que mesmo para a embalagem de alguns produtos tais sacolas sejam proibidas, se não forem confeccionadas com produtos degradáveis, como papel ou determinados tipos de plásticos de origem orgânica.
A população acostumou-se a utilizar tais sacos plásticos para eliminar os seus lixos orgânicos, que acabam chegando aos lixões e não se degradam facilmente, demandando muito tempo. Existem aparelhos que separam tais plásticos mecanicamente, pois somente com a utilização de recursos humanos para fazer a sua seleção, só se vai conseguir uma parcela insignificante, de materiais que tenham algum valor econômico, como vidros ou latas.
Lixões que não sejam tecnicamente processadores de resíduos, com a geração de gazes para serem reutilizados, com o aproveitamento do crédito de carbono devem ser terminantemente proibidos, tanto os operados pelo poder público como os terceirizados. É lamentável continuar a assistir às contaminações que continuam ocorrendo, inclusive em esgotos que estão sendo tratados para tornarem as águas reutilizáveis.
Vendo o que se obteve de avanços concretos como no Japão ou na Coreia, constata-se que havendo uma vontade política estas medidas compulsórias podem ser implementadas. A consciência da população está ficando sensível, mas os veículos de comunicação não transmitem ainda, de forma suficiente e intensamente, os casos concretos que estão em prática, inclusive no Brasil.
Parece que já passamos da hora de apresentações gerais para citar casos concretos. A região de Kawasaki, na periferia da área metropolitana de Tóquio, era, há algumas décadas, das mais poluídas, tanto no ar como nas águas. Hoje, seus rios se tornaram límpidos e o ar é perfeitamente respirável, pois as fontes de poluição que eram principalmente as indústrias foram obrigadas a mudar seus procedimentos.
Seul, a capital da Coreia, sempre foi cruzada por um rio que se assemelha com o Tietê ou Pinheiros de São Paulo. Antes poluído, hoje nota-se os peixes que vivem nas suas águas, e as margens do rio são jardins. Exemplos semelhantes já ocorreram no Tâmisa ou no Sena que cruzam Londres e Paris. Seria interessante que a imprensa apresentasse o que acontecia nestes rios no passado, e hoje a Rainha Elizabeth II pode comemorar o jubileu dos seus 60 anos de reinado, junto com uma frota de mais de 1.000 embarcações para ser vista pelo resto do mundo.
Existem condições para a esperança, mas é preciso que os meios de comunicação social deem um passo à frente, falando não em tese, mas em casos concretos.
O resultado de uma conscientização ambiental é esse de alguns países aí citados. Com o empenho dos grandes veículos de comunicação, governo e sociedade civil, o meio onde vivemos ficará mais limpo. No Brasil já existe alguns aterros sanitàrios, mas falta mais investimentos nessa área. Vamos torcer para que haja mais invertimentos.
Caro Wagner Aguiar,
Já fazemos algumas coisas, mas temos muitas coisas a fazer, inclusive maior cuidado na comunicação.
Paulo Yokota