Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

A Base do Esporte Brasileiro

27 de julho de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: as bases de onde vêm os atletas, esporte no Brasil, suplemento Eu & Fim de Semana do Valor Econômico

O jornal Valor Econômico, como faz todo fim de semana, publica o interessante suplemento Eu & que motivado pelas Olimpíadas trata da formação dos atletas brasileiros. Paula Gonçalves, a Magic Paula, hoje diretora executiva do projeto Esporte e Cidadania da Petrobras, que patrocina muitos atletas brasileiros, resume bem o problema que o Brasil enfrenta abrangendo os mais variados aspectos. “Nem que eu tivesse R$ 300 milhões conseguiria melhores resultados. Dinheiro não vale nada sem se investir na base”, afirma o presidente da Confederação Brasileira de Atletismo, Mauro Silva.

Verificando-se o que acontece nos principais países que são potências esportivas mundiais, nota-se que a base está nas escolas, que desde o primário, secundário e até nas universidades preparam a base donde são selecionados os atletas de alto rendimento, que se tornam profissionais. E não precisam de fabulosos orçamentos e grandes populações, como é o caso de Cuba, pobre do ponto de vista econômico, confinada numa península, com pouco mais de 11 milhões de habitantes. No Brasil, continuamos dependendo de eventuais talentos individuais que são descobertos em algumas atividades.

Kazu

Poucas são as escolas brasileiras que estimulam o esporte aos seus estudantes, como se a formação dos seres humanos não dependessem também de sua educação física. Alguns clubes estão estimulando relacionamentos com redes de escolas, como é o caso do Esporte Clube Pinheiros que está se destacando em diversas modalidades, inclusive profissionais.

Entre os patrocinadores ainda se destacam as estatais como o Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Petrobras, Infraero, Correios, Eletrobras, BNDES e Casa da Moeda, para aqueles que já têm suas potencialidades reconhecidas. Mas, também começam se observar as presenças de entidades privadas como bancos, empresas de bebidas, de material esportivo, para o suporte de atletas que apresentam possibilidades, dadas as visibilidades que conseguem nos diversos veículos de comunicação social, notadamente a televisão.

O conveniente seria que a base estivesse nas escolas, que poderia fornecer uma formação sistemática atingindo toda a população jovem. Ainda que no esporte mais popular que é o futebol entre os brasileiros, nos pequenos clubes que ainda existem nos campos de várzeas os “olheiros” descobrem os potenciais talentos que acabam sendo destinados às escolas mantidas por alguns clubes de prestígio.

Estes processos não maturam em pouco tempo, e mesmo que o governo revele sua intenção de estimular os jovens para as próximas Olimpíadas no Brasil, o alcance das medidas que ainda podem ser tomadas deve ser modesto bem como seus resultados. No momento, os investimentos públicos estão concentrados na infraestrutura, que se espera sejam eficientemente utilizadas no futuro.