Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Gás de Xisto na Recuperação da Economia Americana

16 de julho de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: artigo do The Economist, impactos em outras economias, importância do gás de xisto

Todos reconhecem que a recuperação da economia dos Estados Unidos é de vital importância para o mundo. O artigo publicado pelo The Economist informa que o gás de xisto (shale) está dando um grande impulso para a reativação da economia norte-americana, onde Barack Obama procura reduzir a dependência à importação de energia. Baseia-se na consagrada concepção de que nenhum país é totalmente independente se não puder cuidar da sua defesa externa, da alimentação de sua população e do suprimento da energia que necessita. A atual dependência dos americanos ao fornecimento de energia é considerada exagerada, tanto de petróleo como de gás do Oriente Médio, que apresenta riscos de instabilidade política.

As reservas de xisto tecnicamente recuperável dos Estados Unidos são consideradas entre as maiores conhecidas no mundo, segundo os US Energy Information Administration, seguindo-se às da China, mas que também existem no Canadá, México, Argentina e África do Sul, inclusive no Brasil. As técnicas mais utilizadas foram desenvolvidas por George Mitchell, conhecidas como “fracking”, injetando água com outros componentes nas reservas de xisto. Há informações que podem ser também extraídos óleos do xisto, que no passado não eram econômicos.

shale-gas

As críticas sobre estas técnicas são consideradas de alto risco pelos ecologistas como do European Commision DG ENV, contaminando o subsolo e as águas subterrâneas, pois são utilizados produtos químicos com as águas injetadas, mas tudo indica que haveria formas para minimizar estes danos, desde que obedecidas regulamentações rigorosas. A Tyndall Centre, que cuida das pesquisas de mudanças climáticas também chama a atenção para os elevados riscos de contaminação das águas, terras e tudo que esteja relacionado com desastres naturais.

Espera-se que todos os cuidados estejam sendo tomados, pois Barack Obama, baseado nos dados disponíveis, informa que as reservas conhecidas já são suficientes para abastecer os Estados Unidos por 100 anos de consumo do gás, sendo que os seus custos são os mais baixos já registrados.

O gás passou a fornecer quase 25% da eletricidade consumida nos Estados Unidos em 2012, sendo menos poluente que a de carvão mineral que vem sendo utilizado, principalmente na China. Também a petroquímica americana está sendo beneficiada para produzir metanol e amônia, vital para os fertilizantes, podendo competir com a de outras partes do mundo. Outros usos do gás natural também estão sendo substituídos, nos aquecimentos domésticos, de empresas como nos transportes, nos automóveis, a um custo em torno de 15% da gasolina.

Como são sabidos, muitos veículos passaram a utilizar o gás, como no Japão e no Brasil, com efeitos menores sobre o meio ambiente, mas necessitam de espaço para os tanques de gás comprimido. Tanto o artigo do The Economist como as autoridades norte-americanas se mostram extremamente otimistas.