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Problemas das Empresas Familiares na Índia

10 de julho de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: agências de controle, atividades familiares, estrangeiros e grandes conglomerados, problemas universais

Uma questão levantada num artigo de Malavika Sharma publicado pelo site da Bloomberg levanta uma questão relacionada com as grandes empresas estrangeiras, os grandes conglomerados locais e as atividades das pequenas e médias empresas familiares, que parece um problema universal. Estes dilemas ocorrem em muitos países, inclusive no Brasil, e se refere ao controle adequado de forma a evitar a vantagens dos oligopólios que possam prejudicar as atividades que são estratégicas na manutenção do emprego e das inovações que são muito frequentes entre os pequenos empreendimentos, como os que vêm sendo estimulados pelo Sebrae – Agência de Apoio ao Empreendedor e Pequeno Empresário. A notícia permite fazer algumas considerações sobre o funcionamento de agências governamentais em alguns setores.

O artigo informa que o primeiro-ministro indiano, Manmohan Singh, prometeu abrir o setor de varejo da Índia para as gigantes estrangeiras como a Wal-Mart e a Carrefour, mas informa-se que resistências políticas naquele país, de grandes grupos locais alegando que o setor é dominado por pequenas empresas familiares, não vêm permitindo que estas cadeias estrangeiras se ampliem na Índia.

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Manmohan Singh

No caso da Índia, informa-se que os grandes grupos locais que estavam concentrados nos setores da indústria de base, inclusive no exterior, estão procurando ampliar as suas atividades locais também no varejo, para evitar a ampliação das multinacionais estrangeiras neste segmento.

Como em outros países emergentes, a Índia apresenta uma ampliação de uma nova classe média, e os grupos econômicos nacionais e estrangeiros procuram aproveitar as oportunidades de negócios que se abrem no varejo, desde a alimentação, eletrodomésticos como vestuários. São redes que procuram utilizar os ganhos de dimensão instalando dezenas de lojas, no segmento que era de pequenas e médias empresas familiares.

Muitos exemplos concretos destas iniciativas são listados no artigo, mostrando que a discussão sobre o assunto está se travando abertamente, informando sobre suas vantagens e desvantagens. Alguns grupos estrangeiros procuram parceiros locais, sabendo que existem culturas locais, além da necessidade de estabelecimento de relações nas comunidades quando devem atuar com as suas diversas lojas.

Discussão similar se observa no Brasil, ainda que se adote no país uma abertura para a ampla participação dos grupos estrangeiros, a ponto de desaparecerem, praticamente, as grandes redes locais. O fato é que os pequenos grupos familiares que se expandem vão sendo adquiridos pelos grandes grupos que acabam exercendo algumas atividades oligopolistas, pressionando os seus fornecedores, como impondo suas condições para todos os consumidores.

As pequenas atividades familiares acabam se concentrando onde os seus relacionamentos pessoais são tradicionais, com um tratamento mais adequado de suas clientelas, cujos hábitos conseguem diferenciar.

No caso da Sebrae, as formas de suas atuações vêm se alterando dependendo dos seus dirigentes, havendo atualmente maior incentivo ao empreendedorismo, utilizando inclusive experiências internacionais. No entanto, em muitos outros setores em que foram criadas agências para o controle adequado, inclusive de atividades oligopolísticas, os resultados acabam sendo controvertidos.

Em algumas áreas, a formação adequada de quadros que permitam um adequado controle ainda está se processando. Em outras, as organizações que são em pequeno número acabam influenciando as entidades que deveriam os controlar, não se conseguindo ainda uma situação como a desejável. Muitos serviços não são satisfatórios e as suas tarifas estão bem acima dos padrões internacionais, em parte devido às condições que foram estabelecidas por ocasião das suas privatizações, com indexações inadequadas.

Algumas atividades exigem grandes empresas pelas tecnologias, capacidade financeira e outras condições técnicas. Sempre que possível parece conveniente que se mantenham condições preferenciais para as pequenas e médias empresas pelas muitas vantagens que elas apresentam.