A Pesca dos Atuns Principalmente dos Bluefin
20 de agosto de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: a luta pela preservação dos atuns, artigo no Ilustríssima da Folha de S.Paulo, o artigo no Nikkei, tecnologias | 2 Comentários »
Ainda que o assunto seja dramático com a assustadora elevação da demanda mundial de atuns, com a disseminação do consumo de sushis e sashimis, o assunto acaba sendo colocado com algumas lacunas pelas jornalistas Laura Capriglione e Marlene Bergamo, ainda que com as melhores intenções, como no longo artigo publicado no suplemento Ilustríssima deste fim de semana na Folha de S.Paulo. É compreensível, pois como registra o próprio artigo, a produção brasileira restringe-se a 0,15% da mundial, ainda que o assunto mereça atenção cuidadosa, para não se repita o que vem acontecendo lamentavelmente com as baleias.
Num outro artigo publicado pelo jornal econômico Nikkei, anuncia-se que as autoridades japonesas desejam introduzir novos controles até para a pesca do atum mais cobiçado, chamado de bluefin, até para a sua criação nas fazendas marítimas existentes para tanto, com a imposição de limites quantitativos. Todos sabem que o famoso mercado de Tsukiji em Tóquio é o centro mais importante no seu comércio, com algumas peças chegando a custar muitas centenas de milhares de dólares, com o seu peso chegando até próximo de 400 quilos. A criação do atum já ocorre em diversas partes do mundo, não somente no Pacífico, como até na Turquia, que é um grande produtor.
Bluefins em mercado japonês / Pequeiro japonês em águas brasileiras
Ainda que as jornalistas tenham elaborado a reportagem depois de participarem de um embate de uma embarcação brasileira de pesca do atum com uma japonesa, que apresenta quadros dramáticos, há que se considerar que estes aspectos emotivos não devem prejudicar um exame mais profundo do assunto. O atum em suas dezenas de variedades, sendo o mais apreciado conhecido como blueflin (honmaguro, ou atum verdadeiro) como muitos peixes de grande porte (existem também variedades pequenas), percorrem os diversos mares do mundo, e o Atlântico apresenta também alguns, mas os pescadores brasileiros ficam restritos a uma pesca costeira, por falta de melhores equipamentos. Os mais sofisticados possuem acurados radares que localizam cardumes e suas pescas variam de técnicas, podendo ser feitos em redes como em longas cordas que são lançadas no mar com iscas, para posterior recolhimento. E possuem avançados equipamentos de rápido congelamento, que preservam a sua qualidade para transportes até o Japão, exigindo-se novas técnicas elaboradas para o seu descongelamento.
Hoje, parte dos atuns já é criada e desenvolvida em fazendas no mar, havendo técnicas para o aumento do chamado toro, ou a parte mais gordurosa que alcança valores incríveis nos mercados mais exigentes. Como o Japão é o maior consumidor do mundo de atuns, a sua frota pesqueira conta com as melhores tecnologias, e atuam em todos os oceanos, com longas viagens de meses, com suas produções sendo transportadas até por aviões. Como os atuns que não são congelados obtêm melhores preços no mercado, algumas mais valiosas pescadas no Brasil ou outras partes do mundo são transportadas por aviões para o Japão, somente refrigerados.
Existe uma grande discussão sobre a faixa marítima que pode ser considerada de soberania nacional. O Brasil procura firmar o conceito de 200 milhas, mas o mais aceito internacionalmente é de 12 milhas, e os Estados Unidos discutem a possibilidade de admitir até 150 milhas, o que acaba criando graves problemas de conflitos externos, inclusive no pré-sal. No caso da pesca do atum, o problema também acaba sendo complicado, e somente os países que possuem poder militar procuram impor as suas pretensões. O caso de conflito do limitado atuneiro brasileiro Gera 8 e o Kinei Maru 108 acaba entrando nestes casos complexos.
O problema do atum criado parece apresentar ainda algumas dificuldades que estão sendo aperfeiçoadas, diferindo do salmão que podem ser intensamente multiplicados em cativeiros, bem como as espécies fluviais. Mas, como toda atividade que apresenta uma elevada demanda, as pesquisas acabam sendo intensas em todas as partes do mundo, tendo potencialidade para ser atrativa também no Brasil, que apresenta uma boa produção de rações e conta com áreas propícias ao longo de sua extensa costa, com climas diferenciados.
Não se pode duvidar que as proteínas dos peixes continuarão com a demanda elevada, até porque suas gorduras são consideradas boas para a saúde.
A coompi é uma cooperativa que estar entrando no ramo da pesca atuneira no brasil, e queremos se possível contatos de empresas seria na compra do atum no Japão. E parabéns pela matéria.
Senhores,
Infelizmente este site não efetua este tipo de contato. Por favor, procure a JETRO que é uma agência do governo japonês que efetua este tipo de trabalho. Mas, acredito que a escala da cooperativa não viabiliza este tipo de pretensão, no caso japonês.
Paulo Yokota