Exposição do CCBB com Obras dos Impressionistas
13 de agosto de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: como no Museu d’Orsay, oportunidade impar, procura inusitada, superlativo para o CCBB
Sucesso absoluto. O Centro Cultural Banco do Brasil apresenta 85 obras do Museu d’Orsay de Paris provocando um “frisson” em São Paulo, com uma invejável exposição dos trabalhos dos impressionistas. Mesmo os que tiveram oportunidade de visitar a exposição na capital mundial da cultura, Paris, enfrentando as filas usuais, não podem perder a oportunidade de apreciar os mesmos em São Paulo. Os dirigentes do Banco do Brasil marcaram um grande tento, mostrando que são os “olhos e braços do governo”, como costuma afirmar o ex-ministro Delfim Netto, que também foi embaixador na França. Vão além das atividades bancárias, onde estão sendo a vanguarda da nova política econômica, reduzindo os custos financeiros, mas contribuem com o aperfeiçoamento cultural dos brasileiros, ampliando o sentido da globalização.
Todos sabem a importância dos impressionistas como Camile Pissaro, Claude Monet, Edgar Degas, Edoard Manet, Henri Toulosse-Lautrec, Paul Cézane, Paul Gauguin, Pierre Augusto Renoir e Vicent Van Gogh, entre outros mestres. Alguns estão em São Paulo no acervo do MASP – Museu de Arte de São Paulo, que conta com uma coleção invejável, e somente algumas das obras apresentadas são as mais conhecidas universalmente. Mas sempre é de grande importância ter um contato direto com as obras, já que muitas são conhecidas somente em livros e revistas especializadas.
Um artigo publicado por Marcos Dávila, por exemplo, na Ilustrada da Folha de S.Paulo do último sábado, com o título “Impressionismo vive dias de arte pop”, informa sobre o interesse da população brasileira com esta exposição de extrema importância. Os que desejam ver a mostra de relevância internacional suportam até longas filas. E o CCBB já promoveu uma virada cultural que contou com a frequência de 16 mil visitantes, inédito para as limitadas instalações do local da mesma.
Promete que promoverá este tipo de evento que permite o funcionamento contínuo, por toda a noite, entre os próximos dias 7 e 8 de setembro, bem como 5 e 6 de outubro, visando dar oportunidade para aqueles que não dispõem de tempo durante os horários normais de funcionamento, que são de terça a domingo, das 10 até às 22 horas.
Na segunda metade do século XIX e começo do século XX, Paris era o mais importante centro cultural do mundo, e a efervescência que ocorria na Cidade Luz tinha um grande interesse por tudo que ocorria no mundo, inclusive no Oriente e no Pacífico.
Os artistas estavam descobrindo novas cores nas regiões tropicais e nas áreas europeias mais privilegiadas que permitiam a descoberta de tonalidades que não estavam sendo utilizadas. Fugindo do formalismo que os antecederam, procuravam transmitir as “impressões” que tinham, não se limitando à reprodução do que viam, mas a sua leitura dos objetos, figuras ou paisagens que registraram. Antecederam os modernistas que utilizaram estas contribuições culturais que foram sendo incorporadas, com constantes evoluções.
Pode-se observar que os artistas da Europa já estavam integrados, interessando-se também pelo que tinha ocorrido na Ásia, que por sua vez mandava seus jovens e mais arrojados artistas para aprenderem o que representava os acontecimentos artísticos mais importantes da época. As intensas rivalidades que existiam permitiam a competição, sendo que muitos só foram reconhecidos depois de sua morte, sem obterem sucesso em vida.
A exposição será uma oportunidade ímpar para que os artistas, e os que serão motivados por eventos desta natureza, possam provocar também no Brasil um novo surto de criação, aproveitando as bases que já se consolidam localmente, que estão sendo reconhecidos no exterior, neste mundo globalizado. O grupo Banco do Brasil merece os mais efusivos cumprimentos pela brilhante iniciativa.