Os Partidos Não Comunistas Legais da China
27 de agosto de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: artigo de Mu Chunshan no The Diplomat, o papel dos oito outros partidos, partidos não comunistas legais da China
Mu Chunshan publicou um artigo no conceituado The Diplomat informando que alguns dos seus interlocutores achavam que ele estava contando uma piada quando se referiu aos oito partidos políticos legais não comunistas na China. Na realidade, estes partidos existiam desde antes da vitória do Partido Comunista contra o Kuomintang de Chang Kai-shek em fins da década de 1940, com um rápido interregno durante a Revolução Cultural, e até hoje desempenham um papel naquele país. Eles fazem parte da Conferência Consultiva Política do Partido Comunista (Standing Committee of the Politcal Bureau of the Comunist Party) e participam da Sessão Plenária, ainda que não tenham nenhuma função executiva hoje. Mas chegaram a ter o primeiro presidente da Corte Suprema da China.
Alguns chineses procuram ser membros destes partidos que são (tradução livre): Comitê da China Revolucionária do Kuomintang (80.000 membros), Liga Democrática da China (180.000 membros), Associação da Construção Democrática da China (100.000 membros), Associação para Promoção da Democracia na China (100.000 membros), Partido Democrático dos Trabalhadores Rurais da China (90.000 membros), China Zhi Gong Deng (20.000 membros), Sociedade Jiusan (100.000 membros) e Liga Democrática de Auto Governo de Taiwan (2.100 membros). Segundo informações constantes do artigo citado, os membros destes partidos, além de posições honoríficas, conseguem promoções nas organizações em que trabalham, como nas entidades científicas.
Formalmente, o Partido Comunista considera estes demais partidos, efetuando reuniões consultivas com seus dirigentes, que participam como políticos veteranos, inclusive de sua sessão plenária do PCC.
Segundo o artigo, não é fácil se tornar membro destes partidos, pois muitos exigem qualificações como títulos acadêmicos, como pós-graduados e ocupem posições no ensino superior, como o de professores associados, ou trabalhos reconhecidos em seus campos específicos.
Mas também existem críticas a estes partidos na China, pois suas contas nem sempre são transparentes, além de serem considerados somente de fachada. O fato concreto é que em muitos países, inclusive no Brasil, muitos partidos não agregam membros com identidade ideológica, servindo somente para fornecerem legendas para as eleições.