Os Resultados Recentes dos Países Emergentes
14 de agosto de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: artigo de Dani Rodrik no Project Syndicate, dificuldades das generalizações, superestimações e subestimações | 2 Comentários »
Dani Rodrik é um considerado professor da Universidade de Harvard, especialista em desenvolvimento e globalização, combinando conhecimentos de desenvolvimento econômico, história e política econômica decorrente de suas pesquisas. Publicou o seu artigo “No more growth miracles” no Project Syndicate, levantando alguns problemas que podem gerar algumas observações. Ele afirma que há um ano havia um grande otimismo sobre o desenvolvimento econômico mundial, mesmo com os problemas nos Estados Unidos e na Europa, imaginando-se que as economias emergentes seriam capazes de compensar o que estava acontecendo, tornando-se o motor da economia global.
Cita exemplos de afirmações de bancos e empresas de consultoria de importância internacional. Hoje, começando pelo The Economist, há um exagero de dúvidas com o crescimento da China, da Índia, do Brasil e da Turquia. Ele considera que o longo período de crescimento não pode ser entendido somente com as flutuações de curto prazo. E procura entender os “crescimentos miraculosos” que teriam ocorrido nas últimas seis décadas, afirmando que, com pequenas exceções de países abençoados com recursos naturais, as economias que obtiveram sucesso, como o Japão, a Coreia do Sul, Cingapura, Taiwan e a China, conseguiram rápidas industrializações, utilizando seus recursos humanos, o que não difere com o que aconteceu nos Estados Unidos e na Alemanha.
Ele informa que a tecnologia na indústria pode ser facilmente adaptada do que se conhece no exterior, o que é mais difícil do que acontece nos serviços, que exigem instituições, longos treinamentos e outras condições. Transferindo populações do campo para as manufaturas, pode-se conseguir um bom crescimento econômico. Ele cita que países pobres podem produzir produtos industriais que são originários da Suécia, enquanto leva anos para que as instituições se tornem parecidas.
No caso da Índia, ele considera que tiveram possibilidade de expandir suas atividades em “call centers”, mas que o país carece de treinamento de mão de obra habilitada em grande escala, como países asiáticos conseguem produzir bens industriais. Os crescimentos de longo prazo exigem dois componentes importantes, segundo o autor. Os avanços tecnológicos exigem mais manufaturas com habilitados recursos humanos e capitais com grande intensidade. Enquanto os países desenvolvidos não conseguiram mobilizar mais 25% de seus recursos humanos para as indústrias, os países asiáticos conseguiram.
Na globalização, segundo o autor, e na China em particular, eles precisam competir no mercado mundial. Mesmo que os recursos humanos estejam com seus custos subindo mesmo na China, ela se mantém competitiva por sua economia ter se industrializada. A política industrial não pode mais ser tão permissiva como no passado nos países ricos, enquanto países asiáticos o conseguem com políticas não ortodoxas e subsídios.
Agora, os países desenvolvidos enfrentam problemas de desemprego, elevadas dívidas, baixo crescimento e desigualdades, pedindo que organizações internacionais reduzam os subsídios. O autor acha que a China dificilmente provocará uma valorização de sua moeda em curto prazo.
Segundo esse professor, é mais facil treinar um operador de torno do que um caixa de supermercado ou operador de telemarketing; Que eu saiba não existe curso profissionalizante do SENAC de como apertar botões de caixa registradora ou atendimento de call center. Ja para ser operador de torno alem de ter que fazer um curso longo no SENAI,o salario eh bem maior do a do setor de serviços. Acho que ele não conhece nada da realidade brasileira.
Caro Rodrigo Souza,
Evidentemente ele não está falando de um caso específico do Brasil, mas o que costuma acontecer em todo o mundo, onde a tecnologia para o setor industriais é mais facilmente transferível, sendo que os serviços em geral, que são mais sofisticados, exigem longos preparos dos recursos humanos. Mesmo o funcionamento adequado de supermercados ou call centers, com toda as demais funções, exigem profissionais de alta qualificação, diferentes daqueles que executam somente as operações mais simples. Tanto que o Brasil não se destaca neste setor, havando muitas multinacionais operando no país. O setor de serviço na maioria das economias emergentes ou desenvolvidas representam mais que os setores primários ou industriais.
Paulo Yokota