Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Consumo do Lamen Está se Globalizando

3 de setembro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Gastronomia, Notícias, webtown | Tags: fast food japonês, lamen em todo o mundo, macarrões instantâneos, origem chinesa | 6 Comentários »

Um artigo publicado por Steve Trautlein no The Japan Times informa que também em Nova Iorque está se generalizando o consumo de diversos tipos de lamen, que também recebe a grafia de ramen. São macarrões de origem chinesa, aperfeiçoada pelos japoneses, que viraram algo como um “fast food” japonês, pois, com variados caldos, também incluem carnes e verduras. Uma jornalista brasileira que passou um período no Japão surpreendeu-se quando pensava que consumiria sushi e sashimi todos os dias, mas descobriu que o lamen era de consumo cotidiano mesmo na Terra do Sol Nascente.

Em muitas cidades chinesas, este lamen é produzido nos estabelecimentos que ficam nas ruas, como em pequenas barracas, sendo puxados manualmente até se tornarem finos macarrões. Os caldos, normalmente de galinha, são simples. Os japoneses adicionaram carnes e legumes, como existem nos restaurantes chineses. De fácil preparo, tornaram-se deliciosos e saudáveis “fast food”, que agora estão se disseminando rapidamente por todo o mundo.

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Em São Paulo existem alguns estabelecimentos especializados que em determinados horários contam com multidões à espera da sua vez para serem servidos, destacando-se o Aska e o Kazu Lamen. Por serem econômicos, leves e ligeiros, os consumidores vão desde crianças, jovens como idosos, sendo apresentados de formas variadas, tanto nos molhos como nos demais ingredientes, além das massas.

Com o crescente número de mulheres que estão trabalhando com empregos fixos, o tempo disponível para o preparo de refeições está se tornando mais escasso. Assim, há mais de 60 anos disseminou-se o chamado “Instant Lamen” que também contam com variedades muito amplas, tanto em sabor como em sofisticação.

Uma empresa aérea japonesa, a JAL, até para os seus passageiros de primeira classe, nas refeições ligeiras, colocam à disposição estes “Instant Lamen”, que com a simples adição de água quente, e alguns minutos de espera, podem apresentar produtos agradáveis e leves. São três os grandes produtores deste produtos, que estão se tornando internacionais, contando com produções até na China e na Rússia.

Como a culinária japonesa conta com a imagem que é saudável, observa-se que mesmo os seus produtos industrializados estão ganhando consumidores em todo o mundo, permitindo também uma economia de energia, na medida em que são facilmente preparáveis.


6 Comentários para “Consumo do Lamen Está se Globalizando”

  1. Priscila
    1  escreveu às 18:49 em 3 de setembro de 2012:

    Dá para ententer o porquê do grupo Nissin/Ajinomoto ter faturado, no Brasil, um bilhão e oitocentos milhões de reais em 2011.

  2. Paulo Yokota
    2  escreveu às 20:43 em 3 de setembro de 2012:

    Cara Priscila,

    Obrigado pelo comentário.

    Paulo Yokota

  3. Lia Lopes Silva
    3  escreveu às 10:20 em 4 de setembro de 2012:

    Parece ser uma alternativa muito boa aos fast/fat food tradicionais, que são rápidos para consumir e para engordar. E as possibilidades de combinação de ingredientes também são bem mais versáteis.

  4. Paulo Yokota
    4  escreveu às 15:27 em 4 de setembro de 2012:

    Cara Lia Lopes Silva,

    Obrigado pelo comentário. Mas, como todos os alimentos, há que se contar com um equilibrio, além de atentar para a qualidade, pois existem muitos fabricantes.

    Paulo Yokota

  5. Roberto
    5  escreveu às 22:18 em 14 de setembro de 2012:

    Talvez seja meio difícil de perceber para que está fora do país, mas o ramen não é o que se considera comida saudável no Japão. Pergunte a qualquer dona de casa lá.

    Colocar verduras como topping é uma estratégia recente para torna-lo “socialmente aceitavel” e tentar abrir o mercado de ramen para mulheres. Nenhuma delas com muito sucesso até o momento.

    O que faz o ramen gostoso é o caldo, com muita gordura animal e sal. Médicos recomendam não tomar todo o caldo mas a maioria (eu incluso) o faz mesmo assim. Morro logo mas morro feliz.

    E a estória de que ele é chines é interessante. Os proprios japoneses dizem isso mas japonês nao é o povo mais apropriado para analisar o mundo.

    O nome é chines e certamente ele venho da China mas dizer que ele é chines é como dizer a pizza que comemos em São Paulo é italiana.

    Quando estive em Hong Kong havia 3 ou 4 ramenya japoneses lá. Perguntei a que já foi se eles consideravam o ramen como japonês ou chinês. A resposta foi japonês.

    E se o prato faz sucesso em Nova York, agora tem chance de ter sucesso no Brasil. Apesar de ter a maior comunidade japonesa fora do Japão, o Brasil não é capaz de “decidir” de moto própria o que da cultura japonesa é bom. Depende da dica do irmãozinho do norte, que conta com uma comunidade japonesa proporcionalmente muito menor. Uma vergonha.

  6. Paulo Yokota
    6  escreveu às 03:04 em 15 de setembro de 2012:

    Caro Roberto,

    Obrigado pelos seus comentários. Para mim, existem ramens diferentes. Possivelmente conheço mais lugares na China e este tipo de massa com um molho delicioso com base no caldo de frango é muito encontrado em barracas servidas na rua, muito antes de se ter tornado popular no Japão (semelhante aos odens japoneses). O mais tradicional no Japão, na minha opinião, é o udon e o soba, um pouco diferente do ramen chinês. O que entrou em moda no mundo (e em São Paulo o Aska existe há muito tempo – antes dos norte americanos, e o Kazu Ramen mais recentemente) é uma versão de macarrão preparado na casa com molhos variados que são de ótima qualidade. Agora, existem os “instant ramen” que já vem preparado, alguns com um pó que se transforma em molho, que pode ser consumido simplesmente com a adição de água quente, podendo ser enriquecido com legumes e outros ingredientes.
    No Brasil, a Miojo da Nissin, distribuido pela Ajinomoto, tem utilizado chefs famosos como a Carla Pernambuco e o Eric Jackan para preparos com elementos mais sofisticados, e um dos pratos mais consumidos no novo restaurante do chef francês é o ramen com figado de ganso. Como afirmei, na primeira classe da JAL consumí um ramen da melhor qualidade.
    Concordo que é um tipo de “fast food”, e não deve ser consumido continuamente. Mas os outros fabricantes, como Sapporo Ichiban, estão produzindo ramen de melhor qualidade.

    Paulo Yokota