Contrastes na Atual Crise Mundial
5 de setembro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: consumos de luxo em diversos países, disparidades de riqueza e renda, emergentes como industrializados
Chega a ser uma ironia, mas as notícias que chegam de diversas partes do mundo informam que a demanda de produtos de luxo estão em alta. Já dissemos neste site que no Japão, que passa por uma crise não só afetada pelo que ocorreu no setor financeiro mundial como em decorrências dos desastres naturais, as demandas dos produtos de luxo estão batendo recordes, mostrando que depois de um período de contenção os que possuem patrimônios expressivos voltaram aos seus consumos de elevado padrão. Isto ocorre não somente com as joias, mas também nas grandes lojas de departamento que s vendem para consumidores de elevado poder aquisitivo utilizando suas marca. O mesmo está acontecendo em alguns restaurantes de luxo, bem como turismos para o exterior dispendiosos.
As informações provenientes dos Estados Unidos também dão conta que os produtos de luxo estão tendo uma recuperação mais rápida que os normais. Em Londres, muitos investidores, inclusive estrangeiros, procuram imóveis de alto padrão. E até na China, um país emergente que veio registrando um crescimento elevado que agora arrefece, noticia-se sobre filas para a compra de produtos de grifes internacionais. No processo de desenvolvimento, observa-se que na sua fase inicial a distribuição de renda tende a piorar, com os mais capazes em realizar lucros elevados acabem demandando produtos de alto luxo, como os carros conhecidos mundialmente.
Grifes famosas viraram febre na China e no Japão
Os economistas procuram relacionar as demandas às rendas obtidas pela população, mas não se pode ignorar que também existe um efeito riqueza. Os que possuem grandes patrimônios podem conter temporariamente a sua demanda, para preservar a sua imagem de solidariedade com a população em geral, mas depois de algum tempo voltam aos consumos dispendiosos. O problema é que este mercado, ainda que provoquem algumas filas em estabelecimentos que trabalham com grifes internacionais e consagradas, não chegam a beneficiar toda a economia, criando empregos em volume.
As empresas e lojas envolvidas com estes produtos acabam empregando mais recursos humanos, mas quando comparado com os produtos de consumo de massa, observa-se que a nova classe média tem um poder de estimular mais as produções e os empregos.
Por mais que as autoridades persigam uma melhor distribuição de renda, inclusive com a eliminação da pobreza absoluta, nem sempre se consegue os resultados desejados, como se observa na China atual. A exagerada intervenção governamental nestes assuntos pode gerar uma retração dos investidores privados que procuram maximizar os seus lucros. O que parece mais eficiente é que os que usufruem altas rendas sejam mais fortemente tributados, mas eles sempre contam com habilidade para reduzir os impostos pagos.
O que parece mais adequado é que as oportunidades para ascensão social sejam dadas a todos, desde a maternidade e principalmente no sistema educacional, pois sempre haverá aqueles que são mais dotados para descobrirem atividades econômicas mais rentáveis.