Correção Paulatina de Algumas Distorções
27 de setembro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: correção das distorções, custo dos cartões de crédito, queda de juros, Valor Econômico abordando temas importantes
Mesmo com as resistências dos bancos, as pressões oficiais estão provocando uma paulatina queda de alguns dos juros mais escorchantes. Os que incidiam sobre os saldos negativos dos cartões de crédito, segundo muitos artigos publicados pela imprensa brasileira, como o Valor Econômico, começam a apresentar quedas significativas, pois eram exageradas, mesmo considerando todos os riscos envolvidos. Começando com os bancos oficiais, foram se estendendo para os principais bancos privados, que procuram manter suas receitas com a criação de novos encargos pelos serviços de outras naturezas.
Artigos de Cristiano Romero, Felipe Marques, Carolina Mandi, Natalia Virie e Marina Falcão, todos do Valor Econômico, procuram descrever o que está acontecendo sobre diversas facetas. Assim, informam que as empresas de varejo podem ser prejudicadas, pois estavam parcelando muitas das suas vendas “sem juros”, quando na realidade os consumidores que pagavam à vista não obtinham os descontos dos custos financeiros embutidos, e os bancos davam retaguarda a estas empresas para contarem com recursos para estas vendas parceladas.
Sede do Banco Central do Brasil em Brasília
O Banco Central do Brasil procura evitar com que os bancos privados restrinjam os créditos desta natureza para o varejo, com o receio que isto provoque uma contração da demanda que está se recuperando. Com isto, muitas empresas de varejo que possuem suas ações na Bolsa estão com suas cotações em queda, mostrando que seus resultados podem ser prejudicados.
Aliás, as distorções não são somente estas, quando se trata de cartões de crédito. As taxas cobradas pelas suas operadoras das empresas de varejo são absurdamente elevadas quando comparadas com as praticas em outros países.
O chamado dinheiro plástico vem aumentando de uso, tanto pelas dificuldades de carregar numerários que estão sujeitos a roubos como pela redução do uso do cheque, diante da possibilidade das empresas ficarem com volumes elevados de cheques sem cobertura. Além das facilidades que decorrem do seu uso. As empresas que os aceitam recebem somente das operadoras depois de um prazo, além de sofrerem a redução de taxas elevadas.
A maioria destes cartões de crédito ou débito é operada pelos bancos, que tendo que reduzir os juros cobrados, acaba impondo condições mais duras para os varejos. Ainda que paulatinamente as ações governamentais a favor da redução dos juros acabem forçando os bancos a fazer as suas revisões, inclusive com a redução dos seus custos, reduzindo o número de seus funcionários.
Ainda que existam resistências e defasagens nestas quedas de juros, tudo indica que a economia brasileira está voltando a um patamar compatível com o que se pratica em países com características semelhantes.
O mesmo poderia ocorrer com a carga tributária, mas a resistência para a redução do custeio dos diversos governos, federal, estaduais e municipais ainda são mais expressivas, mas deverá ser uma das próximas etapas que o governo deve atacar, para manter a competitividade da economia brasileira.