Economia de Energia Torna-se o Novo Normal no Japão

10 de setembro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: colaboração das empresas, destaques, notícia do Nikkei, sem apagão no verão japonês | 2 Comentários »

Mesmo com as limitações impostas pelo não funcionamento das usinas nucleares, o Japão conseguiu passar o seu verão sem apagões, como noticia com orgulho o jornal econômico Nikkei. A forte colaboração das empresas foi fundamental, ainda que os seus custos tenham sido maiores. O governo japonês conseguiu atingir o seu objetivo de conservação nas áreas de serviço da Kansai Eletric, da Shikoku Eletric e da Kyushu Eletric, as principais áreas industriais do Japão.

O artigo cita exemplos que superaram os objetivos, como a Komatsu, que estabeleceu um corte de 25% e atingiu em julho-agosto uma redução de 28%. Isto foi obtido com a instalação de inversores (inverters) nas fábricas de Ishikawa e Osaka. A empresa pretende investir cerca de US$ 200 milhões até 2014 nos sistemas de economia de energia, incluindo a de informações. Muitas empresas, como a Aeon, mudaram as lojas para novas lâmpadas LEDs, conseguindo um consumo de 16,5% do que o nível de 2010.

A Daikin alterou as horas de trabalho para conseguir economizar energia. A Panasonic conseguiu reduzir o consumo na sua matriz em mais de 10% sobre o nível de 2010, e a Nissin Foods em 30% de redução sobre o de dois anos passados. A Takeda Pharmaceutical instalou o seu próprio sistema de geração de energia, investindo cerca de US$ 60 milhões, parte em geradores móveis sobre veículos.

A Toyota planeja contar com geração própria de 30% da energia que consome em suas 12 unidades fabris, subindo dos atuais 20%. Muitas das empresas estão conseguindo resultados, mas seus gastos com os combustíveis devem se elevar.

Além da colaboração destas empresas, deve-se notar que no Japão atual a economia de energia tornou-se uma mania, envolvendo lojas, residências, serviços públicos e tudo o mais que consume este produto precioso. O esforço do smart grid virou uma coisa normal em todos os lugares.

O esforço que vem se desenvolvendo é surpreendente, até porque os seus equipamentos, lâmpadas, e todos os eletrodomésticos já consumiam cerca de 10% de energia quando comparados com os brasileiros.

Uma parte destas tecnologias poderia ser aplicada no Brasil, pois a energia mais barata é a economizada, como afirma sempre o ex-ministro Dias Leite.