Exposição “Paixão Por Porcelanas” Chinesas em Londres
17 de setembro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: exposição no museu Victoria & Albert, longo intercâmbio, porcelana chinesa do período Song, Qing e Ming
Um artigo de Sheila Melvin do The New York Times foi publicado em português no suplemento da Folha de S.Paulo falando da importante exposição que se realiza em Londres, no Museu Victoria & Albert. É uma promoção conjunta do Museu Britânico com o Museu Nacional da China, com peças preciosas da dinastia Song (960 a 1279), da dinastia Ming (1368 a 1644) e da dinastia Qing (1644 a 1911), mostrando que o interesse pela porcelana chinesa na Europa remonta desde 1300. Mais informações podem ser obtidas pela Google: Passion for Porcelain: masterpieces of ceramics in Victoria & Albert Museum, inclusive no Images com algumas fotos.
Os chineses produziam cerâmicas de alta temperatura e até porcelana, que adiciona o caulim, na dinastia Song, quando na Europa só se trabalhava com cerâmicas de baixa temperatura, rudimentares. Informa-se que estas porcelanas foram objeto de comércio, junto com o chá e a seda, desde quando os mercadores portugueses chegaram à Ásia no século XVI, como comércio era feito antes pela Rota da Seda, por terra. A sua procura acelerou-se na dinastia Ming, quando com o uso do cobalto obtinha-se a coloração branca-azul.
As cerâmicas de alta temperatura tiveram origem na China, e foram levadas para o Japão pelos coreanos. Os ingleses contemporâneos incorporam as tecnologias japonesas, passando a produzir os chamados “stonewares”, utilizando altas temperaturas.
Na França, no Museu de Sèvres existe um quadro comparativo da evolução das cerâmicas pelas diversas regiões do mundo. Quando a Europa ainda produzia as de baixa temperatura, semelhantes aos dos indígenas brasileiros, os chineses já produziam porcelanas de elevada qualidade. Muitos foram os negociantes europeus que trouxeram estas peças, como as famosas Companhias das Índias Orientais, que passaram a ser objeto de desejo dos europeus ricos.
Na segunda metade do século XIX havia um grande interesse pelo desenvolvimento das artes orientais, principalmente dos chineses e japoneses que sofisticaram os conhecimentos adquiridos dos primeiros. Tanto que entre os muitos artistas impressionistas franceses nota-se o uso destas peças como de tecidos orientais, nos temas utilizados para suas pinturas.
O que pode se afirmar é que o intercâmbio artístico por intermédio destes objetos de cerâmica sempre foram importantes, sendo que em muitas escavações entre as relíquias encontradas são frequentes as cerâmicas produzidos por diversos povos, inclusive os que desapareceram, como os etruscos.
As cerâmicas e seus desenvolvimentos foram sempre marcos das suas culturas e conhecimentos, e permitem que até hoje haja possibilidade destas heranças culturais.