Competição Tecnológica no Brasil
15 de outubro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: assuntos que exigem reflexões, comparações internacionais, conjunto de artigos, inovações tecnológicas comentados no Eu & Fim de Semana do Valor Econômico, patentes e questões judiciais
O suplemento Eu & Fim de Semana do Valor Econômico publica conjunto de artigos para tratar da procura brasileira por espaços na competição tecnológica que vem ocorrendo no mundo. Muitos assuntos abordados procuram despertar a atenção dos leitores sobre as importâncias de esforços sistemáticos nas inovações tecnológicas para manter o Brasil competitivo no atual mundo globalizado. O primeiro artigo, de Chico Santos e Cyro Andrade, refere-se às preocupações atuais da INPI – Instituto Nacional de Propriedade Industrial, com o seu presidente Jorge Avila colocando seu foco na verdadeira guerra de patentes em curso no mundo. Apesar dos esforços que começam a ganhar impulso no Brasil, observa-se, com as patentes requeridas e concedidas nos Estados Unidos, comparadas com a China e Índia, que estamos ainda muito atrasados nos últimos anos.
Gráfico publicado no Valor Econômico
A chefe da Assessoria de Acompanhamento e Avaliação do Ministério da Ciência e Tecnologia, Fernanda de Negri, segundo o artigo, relacionou algumas razões para o baixo grau de investimentos em pesquisa desenvolvimento das empresas brasileiras e citou a estrutura produtiva concentrada em setores de baixa intensidade tecnológica, escala de produção insuficiente e a origem externa das empresas mais sofisticadas que trazem inovações dos seus países de origem. Suas atenções se voltam para as atividades industriais, mas parece importante considerar que o Brasil dispõe de melhores condições para o aproveitamento dos seus recursos naturais, tanto minerais como agropecuários onde estão se registrando avanços. A biodiversidade brasileira poderia ser mais bem aproveitada com o estímulo às suas pesquisas.
Parece que muitos analistas relacionam atualmente aos avanços relacionados com a informática e a comunicação, onde os avanços no país estão defasados com outros países industrializados. É evidente que não são problemas isolados, mas relacionados profundamente com a educação e com os centros de pesquisas disponíveis nas importantes universidades.
Parece que se concede muita importância às disputas judiciais sobre direitos de propriedades, havendo os que recomendam que estes assuntos sejam mais rapidamente resolvidos pelas mediações, o que vem sendo tentado pela OMPI – Organização Mundial de Propriedade Intelectual.
Um artigo de Glauco Arbix, presidente da FINEP – Financiadora de Estudos e Projetos e professor da USP, também procura esclarecer a guerra global que envolve interesse de bilhões de dólares, relacionados com os “tablets” e “smartphones”, notando-se que tais assuntos acabam sendo entendidos como os mais importantes avanços nas inovações. Ainda que assim sejam, há que se contar com o que se dispõe no Brasil, e o aproveitamento racional dos seus recursos parecem merecer também uma atenção prioritária.
Glauco Arbix (Foto: Agência Sebrae)
Num outro artigo de Diego Viana, destaca-se a contribuição de Juan Enriquez, criador do Projeto de Ciências da Vida, da Harvard Business School, onde se procura destacar que no século XXI as pesquisas biológicas sobre a vida serão relevantes, como ele expôs num Fórum de Bioeconomia no Brasil, que também é uma área em que os brasileiros procuram intensificar as pesquisas.
Observando-se as revistas científicas internacionais, nota-se que as pesquisas efetuadas no Brasil merecem destaque na área da agropecuária, preservação do meio ambiente e nas áreas relacionadas à medicina, ainda que as pesquisas ainda sejam incipientes no país, quando comparados com os seus concorrentes internacionais.
O artigo de Martha San Juan França, entrevistando Daniel Goleman, considerado o papa da inteligência emocional, mostra também novas facetas que começam a ser abordadas no mundo. É interessante constatar que todas estas discussões estão merecendo atenções especiais, sendo que o Valor Econômico tem se destacado pelas suas iniciativas.