Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Potencialidades da Aquicultura Brasileira

8 de outubro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: comércio internacional, consumo de pescados no Brasil, produção da aquicultura

Um interessante artigo foi publicado no Valor Econômico, elaborado por Luiz Henrique Mendes e Tarso Veloso, tratando do aumento do consumo de pescados no Brasil, que está sendo parcialmente suprido pela importação. Todos sabem que apesar do extenso litoral brasileiro e uma quantidade invejável de rios, o consumo de pescado no Brasil manteve-se baixo, começando a crescer significativamente nos últimos anos. Mesmo que a criação dos mesmos venha aumentando no país, ainda está muito abaixo do potencial, tanto para o atendimento do mercado interno como a exportação. Seria o caso da criação de um vigoroso programa do governo para o seu incentivo.

Todos sabem que o litoral brasileiro não é dos mais piscosos, pois as lindas praias existentes não favorecem a pesca extrativa. Na América do Sul, por exemplo, diante da existência dos Andes, o Pacífico apresenta águas mais profundas e frias, fazendo com que o Chile e o Peru sejam grandes exportadores, inclusive de espécies criadas, como é o salmão muito importado pelo Brasil. A informação não muito conhecida é que o Brasil é importador do pangasius (conhecida em inglês como catfish, que é uma espécie de traíra) inclusive da China e do Sudeste Asiático.

Kazupeixes

O que aparenta ter uma potencialidade maior são os peixes de rios como os amazônicos, tipo pacu, tambaqui, pirarucu, surubim e tucunaré, entre outros. Dos exóticos, já há uma produção razoável das tilápias, que passou a ser denominado “Saint Peter”, de fácil manejo e multiplicação. Já são exportados na forma de filés.

Existem também os camarões que são criados no litoral, de variadas espécies, desde Santa Catarina até o Nordeste brasileiro. Como são ricos em proteína, e os peixes que contém Ômega 3 são considerados benéficos para a saúde, o seu consumo têm crescido com a melhoria nos sistemas de refrigeração e congelamento rápido.

Os programas de incentivo governamental existentes ainda são modestos, quase insignificantes. Mas, como o Brasil conta com muitas rações que podem ser utilizadas nestas criações e já se disseminam técnicas de aquicultura, as muitas represas existentes no país poderiam ser mais bem aproveitadas.