Preocupações Japonesas com Ilhas Próximas de Okinawa
8 de outubro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: equilíbrio entre turismo e ecologia, pano de fundo com as disputas com a China, preocupações japonesas com as ilhas Kerama
Muito interessante o artigo publicado por Atsuki Kira no site do jornal Yomiuri Shimbun relacionado com o equilíbrio entre o fluxo de turismo e a ecologia, notadamente na preservação dos seus corais nas ilhas Kerama que se situam a cerca de 40 quilômetros a oeste de Okinawa. As águas transparentes destas ilhas, a profundidades de até 30 metros favorecem o mergulho, mas a intensidade dos turistas depois de 1980 chegaram a 200 mil visitantes ao ano, acabando por afetar os seus corais. Isto leva a preocupação das preservações da natureza, ainda que no fundo as disputas com a China acabem destacando a importância de seus aproveitamentos.
A situação se assemelha com a registrada em Fernando de Noronha no Nordeste brasileiro, que já estabeleceu uma quota para o turismo, diante do interesse observado, compatibilizado com a necessidade de sua preservação ecológica. Os corais coloridos de Kerama, com ampla variedade de peixes e até tartarugas marinhas, atraem os mergulhadores com suas câmeras. Algumas âncoras de barcos que são lançados prejudicam os corais, bem como resíduos que são lançados no mar por estas embarcações.
Ilhas Kerama e sua beleza natural: atração para os mergulhadres
As aldeias de Zamami e Tokashiki, que ficam nestas ilhas Kerama, já utilizam a Lei de Promoção de Ecoturismo que protege estes corais do contato humano, estabelecendo limites para o acesso aos turistas e mergulhadores, com a designação de “recursos turísticos naturais”, que é aprovado pelo Ministério do Meio Ambiente do Japão, uma entidade nacional. Entidades locais, como a associação de mergulho de Akajima, uma das ilhas da região, propõe o corte de 20% das atuais cotas de mergulhos.
Outras ilhas japonesas utilizam a Lei dos Parques Naturais, estabelecendo cotas de 300 a 3.000 visitantes por ano, dependendo da estação, pois o pisoteio da vegetação tem sido exagerado.
A discussão no Japão mostra que as mesmas regras não podem ser utilizadas em todas estas ilhas, mesmo fora da região, ainda que muitos sítios tenham sido considerados Patrimônios Naturais Mundiais, fixando a entrada de turistas. Existem áreas que exigem a proteção de cedros antigos, como os chamados Jomon.
Depois das disputas com a China e a Coreia do Sul, observa-se que os japoneses começam a intensificar suas preocupações com estas ilhas distantes, tentando utilizá-las como para o turismo, ao mesmo tempo em que necessidades de preservação do meio ambiente.