Softbank Japonesa Amplia Seus Negócios nos Estados Unidos
15 de outubro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, webtown | Tags: investimento de US$ 20 bilhões, negócios ousados, notícias nos jornais japoneses e norte-americanos, suporte dos bancos | 6 Comentários »
Dada à ousadia de Masayoshi Son, um japonês de origem coreana que já é a terceira operadora de celulares no Japão, e que acaba de anunciar a aquisição de 70% da similar Sprint Nextel dos Estados Unidos, também a terceira no país, os jornais do Japão como os norte-americanos dão destaque à notícia. Quem teve a oportunidade de conhecê-lo pessoalmente fica assustado com a sua agressividade empresarial, tomando riscos que parecem contar com o suporte das maiores instituições financeiras como a Mizuho, Sumitomo Mitsui e Mitsubishi UFJ, do Japão, além da Deutsche Bank. Os jornais japoneses como o Nikkei noticiam que o Citibank, Rothchild e UBS assessoraram a Sprint, enquanto a Reine, Mizuho e Deutsch aconselharam a Softbank.
As cifras envolvidas são recordes entre os investimentos japoneses efetuados no exterior, impressionando a muitos quando se trata de serviços de comunicação celular. É de se supor que a sinergia gerada pela operação conjunta deve gerar utilizações intensas de comunicações entre os dois países, diante das dificuldades que ambos os países contam atualmente com a agressividade da China, notadamente na Ásia, quando já era a principal parceira tanto do Japão como dos Estados Unidos.
Masayoshi Son
Os recursos que serão injetados neste negócio conjunto devem dar um impulso na melhoria de sua competitividade com relação às rivais. Segundo a notícia divulgada pelo Nikkei, a Softbank adquiriria US$ 8 bilhões diretamente da Sprint, e depois US$ 12,1 bilhões no mercado de ações. Transformaria o grupo em um dos maiores do mundo com 90 milhões de assinantes, esperando-se que os negócios sejam concluídos em 2013.
A declaração conjunta à imprensa de Dan Hesse, CEO da Sprint, informa que a oportunidade é boa para a injeção de novos recursos e eles pretendem aprender muito com quem chamou de “Masa”. A operação é complexa e envolve também bonds que serão transformados em share. Alguns analistas afirmaram que o atual yen forte facilita a aquisições no exterior.
O Nikkei informa que a Softbank sofreu queda de 20% na sua cotação em Tóquio, havendo ainda débitos de aquisições no passado da Vodafone, além de sobrecarregar-se com encargos com uma empresa que já apresentava problemas de recursos. Masayoshi Son afirma que o novo empreendimento atuará contra o duopólio dominante nos Estados Unidos, a Verizon Wireless e a AT & T Wireless, com a mesma tática com que enfrentou no Japão a NTT DoCoMo e a KDDI.
Tudo indica que esta operação é para investidores que possuem muito sangue frio.
Ao final do texto, o senhor chama o presidente da Softbank de Masayuki. Na verdade, acredito que o “nome japonês” deste executivo de ascendência coreana seja Masayoshi Yasumoto.
Caro Carlos Silva,
Houve um erro meu, pois ele é conhecido como Masayoshi Son como está citado no inicio do artigo postado, e estou solicitando a sua correção no final do texto. Quanto ao nome Yasumoto não sei qual a sua procedência, ainda que os ideogramas chineses que antes eram usados também pelos coreanos permitem leituras diferentes em japonês.
Paulo Yokota
Não consigo compreender o porquê das empresas japonesas estarem comprando tantas companhias no exterior. Ano passado, o Japão teve o problema do terremoto e do maremoto e a sua economia está “muita fraca”.
Caro Marcelo Henrique David,
Trata-se de um problema do câmbio. O Yen japonês está valorizado com relação às outras moedas como o dolar norte-americano, o que dificulta suas exportações e facilitam as importações. Ao mesmo tempo, as aquisições de empresas no exterior acabam ficando relativamente barato para os japoneses, que não possuindo um mercado interno crescente, preferem transferir parte de suas atividades para o exterior.
Paulo Yokota
Espero que a Softbank melhore os serviços da Nextel, que são muito precários.
Ana Luiza P. Puricelli
Cara Puricelli,
A operação refere-se aos Estados Unidos e ainda deve se completar em 2013.
Paulo Yokota