The Economist Analisando a Eleição no Brasil
15 de outubro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: artigo no The Economist sobre a eleição no Brasil, pequeno efeito do chamado “mensalão”, preocupações dos líderes com as bases para as próximas eleições nacionais
Uma das revistas mais importantes do mundo, The Economist, com sua elevada capacidade de análise internacional, comenta os resultados do primeiro turno nas eleições locais no Brasil, entendendo que o PT – Partido dos Trabalhadores não sofreu os efeitos dos problemas que afetaram alguns dos líderes. Ainda assim, mostram que os líderes nacionais, como a presidente Dilma Rousseff, mostram que estão preocupados com os efeitos das eleições municipais nas futuras implicações na política nacional, como nas eleições presidenciais. A presidente procura apoiar seu candidato em São Paulo, tendo perdido em Belo Horizonte para um possível oponente, Aécio Neves, ao mesmo tempo em que o PSB – Partido Socialista Brasileiro ganha espaço para suas futuras pretensões.
Registra que 116 milhões de brasileiros compareceram às urnas para escolher 5.568 prefeitos, que são cifras elevadas considerando as democracias que existem no mundo. A revista constata a fragmentação partidária com seis diferentes partidos tendo elegido mais de 400 prefeitos, e outros 20 partidos que elegeram no mínimo um prefeito. Tanto a situação nacional como a sua oposição podem manifestar suas satisfações com os resultados. Este artigo mostra que a revista considera o Brasil com a devida importância, tanto do ponto de vista econômico como político no cenário mundial. Mas, não menciona a eficiência da apuração que no mesmo dia forneceu todas as informações dos mais longínquos municípios brasileiros.
A revista registra que muitos entendem que existe uma mistura dos problemas dos julgamentos no Supremo com as eleições, mas o PT aumentou o número de prefeitos, enquanto o principal partido da oposição reduziu em 15% as prefeituras sobre as quais tinham controle, ainda que tenha vencido em seis grandes cidades, disputando ainda alguns no segundo turno, como em São Paulo.
O artigo cita que o principal partido que conseguiu avanços foi o PSB – Partido Socialista Brasileiro, comandado pelo governador de Pernambuco, que aumentou o seu número de prefeitos em cerca de um terço. Ainda que o seu partido faça parte da coalizão que dá suporte a Dilma Rousseff, derrotou os candidatos do PT em Recife e em Belo Horizonte, cogitando-se de sua disputa com a atual presidente em 2014 ou em 2018.
Alguns analistas entendem que os eleitores tendem a reeleger os bons prefeitos e punir os maus. Mas existem exceções, como em Alagoas, onde 25 prefeitos ainda dependem do julgamento final de ações judiciais. A revista entende que a limpeza na política brasileira ainda precisa de ampliação, mesmo com o que acontecer com o ex-ministro José Dirceu.
Ainda que a revista não tenha registrado, tudo indica que o eleitorado vem entendendo que o atual governo Dilma Rousseff se esforça no sentido da redução da corrupção, que, infelizmente, é uma dificuldade que não existe somente no Brasil.