Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Alimentação dos Corintianos no Japão

28 de novembro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, webtown | Tags: deslocamento de corintianos para o Mundial de Clubes no Japão, diferenças de número, experiências passadas, problemas de indicações de suas alimentações

São variadas as estimativas de corintianos que devem se deslocar do Brasil para o Japão no começo de dezembro próximo, quando o seu time de futebol disputará duas partidas do Mundial de Clubes, mas todas superam a dezena de milhar. A primeira partida está prevista na pequena cidade de Toyota, próxima de Nagoya, no dia 12, e a segunda em Yokohama para disputar possivelmente a final no dia 16, que, além de ser o porto principal do Japão, fica mais próxima da capital Tóquio. Corintianos de variados níveis econômicos e culturais estarão neste apreciável contingente, possivelmente uma das maiores para um evento isolado.

As experiências passada com outros times de futebol, algumas que acompanhei pessoalmente, são significativamente diferentes em número, como as algazarras que devem promover quando estão em grupo, inclusive porque o número de corintianos que reside no Japão é bem mais elevado, complementando a torcida organizada do Corinthians que deslocará do Brasil. Alguns jornais, como o suplemento Comida da Folha de S.Paulo, se preocuparam com o assunto da sua alimentação, oferecendo artigos sobre o assunto, de forma mais gastronômica, que deve atender somente uma parte deste contingente.

Kazujapao

Nomes consagrados, como o do crítico de gastronomia Josimar Melo, Mari Hirata, a chef brasileira consagrada e estabelecida no Japão, ou o chef Ken Mizumoto, do Shin Zushi, que ficou dez anos recebendo treinamento no Japão, apresentam suas ponderadas informações, que devem atender os mais interessados em alimentações de alta qualidade, a preços razoáveis.

No entanto, a grande maioria destes corintianos deve preferir alimentações mais populares, mesmo ousando sair um pouco do fast food internacional, que apresenta algumas peculiaridades no Japão. É comum que mesmo um hambúrger japonês conte com um ligeiro sabor de shoyu, pois eles costumam estar adaptados à preferência local, inclusive em quantidade.

Uma jornalista que tem dificuldades com os peixes crus estava preocupada com a temporada no Japão, mas ela acabou constatando que os sashimis e sushis são extremamente caros e de consumo esporádico mesmo dos japoneses. O que é mais usual e do cotidiano são tipos de massas japonesas como o udon, de trigo, normalmente na forma de uma sopa, ou o sobá, de trigo sarraceno, inclusive do tipo que é encontrado no bairro da Liberdade, como no Aska ou no Kazu Lamen. É muito comum e barato o yakisoba, que já é muito popular também no Brasil, contendo carne e vegetais. Mas, normalmente, as porções japonesas seriam insuficientes para os torcedores brasileiros, sendo necessárias duas no mínimo.

Existem em todos os lugares do Japão os chamados bentôs, que são lanches numa pequena caixa, com variados ingredientes, normalmente com comidas frias, como nas estações de trem ou metrô, bem como nas lojas de conveniência. É preciso observar que a média dos atendentes japoneses é cortês, mas certamente não falam português, e entendem mal o inglês. Seria conveniente que levem bilhetes escritos sobre o que desejam, possíveis de serem obtidos nos hotéis. Um detalhe importante é que em Tóquio, por exemplo, os restaurantes e demais estabelecimentos não contam com endereços, como ruas ou avenidas e seus números, havendo necessidade de contarem com mapas fornecidos pelos hotéis, principalmente se for utilizar um táxi.

Também os restaurantes mais simples costumam apresentar nas suas vitrines um modelo de plástico dos pratos, com seus preços, e muitos estão com os preços em ienes, com os números ocidentais, bastando indicar os mesmos, pois os atendentes japoneses costumam ser corteses principalmente com os estrangeiros.

Também existem as refeições completas que se chamam “teishoku”, do tipo almoço ou jantar do dia, na maioria dos restaurantes. Em áreas subterrâneas, como as entradas dos metrôs, costumam haver muitos restaurantes simples, alguns de elevada qualidade. Existem alguns restaurantes de brasileiros residentes no Japão que devem estar preparados para receber muitos destes torcedores brasileiros.

O Consulado do Brasil elaborou e está fornecendo uma espécie de guia para estes torcedores com outras informações sempre úteis, sendo conveniente observar-se que o uso do celular, que conta com um sistema diferenciado no Japão, no metrô ou nos restaurantes não é permitido, para não incomodar os demais clientes e passageiros.