Brasil Recebendo Atenções do The Economist
30 de novembro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: artigos do The Economist sobre regiões brasileiras, desenvolvimento do Norte e Nordeste, o caso do Acre e a produção florestal sustentável
Muitos analistas consideram o The Economist a revista mais influente no mundo, e seus artigos sempre merecem a atenção de leitores de vários países. Como o site do Valor Econômico cita hoje um artigo de Francine De Lorenzo informando que “Economist” destaca agronegócio brasileiro e consumo do Norte-Nordeste, mencionando um trabalho de Robert Wood, pesquisador do grupo Economist, que teria sido realizado pela Unidade de Inteligência do mesmo (um grupo de pesquisas), fui procurá-lo no site da revista, mas não o encontrei senão um interessante artigo sobre o que está acontecendo no Acre.
Segundo o artigo do Valor Econômico, a pesquisa teria sido feita por encomenda do CLP – Centro de Liderança Pública, informando que as maiores oportunidades brasileiras estariam voltadas à agricultura, mencionando o recente aumento no mercado consumidor, principalmente no Norte e Nordeste do país. Haveria também uma expansão nos Estados do Centro-Oeste brasileiro, tanto no Mato Grosso como em Goiás e Distrito Federal, atraindo investimentos. Mas mencionam que Robert Wood chama atenção aos problemas dos regimes tributários, com muitas novas regulamentações fiscais em diversos Estados, que inibiriam investimentos.
O artigo do site do The Economist recorda a antiga história do ciclo da borracha na Amazônia, e os recentes esforços conservacionistas inspirados pelos esforços de Chico Mendes contra os madeireiros. Mostra que é possível aproveitar os produtos da floresta sem que a mesma seja prejudicada citando alguns esforços que vêm sendo feito pelos que ainda vivem do extrativismo, na forma de cooperativas.
Informa que o governo do Estado do Acre, liderado por Tião Viana, esforça-se para tornar a floresta mais valiosa do que com a extração da madeira ou atividades pecuárias. Estariam mapeando o Estado, protegendo a floresta com o estabelecimento de reservas ou dedicando à atividade extrativa. Algumas áreas estão voltando a ser reflorestadas.
Em Xapuri, cidade natal de Chico Mendes, uma cooperativa está reunindo mais de 2.000 pequenos produtores que produzem pacotes de castanha. Perto uma empresa chamada Natex, produz preservativos de látex natural, sendo a única no mundo. O Estado oferece um subsídio pelo esforço na manutenção da floresta, segundo o The Economist, e o governo federal compra toda a produção para a campanha de combate à Aids.
No Seringal Veneza, em Feijó, um grupo de famílias está utilizando uma tecnologia desenvolvida pela Universidade de Brasília, para conseguir um valor mais elevado da borracha. Uma empresa francesa de calçados é cliente desta produção que também ensina os seringueiros técnicas para aproveitamento da textura destas folhas para a produção de joias.
Os agricultores que estão aproveitando as terras já desmatadas recebem um incentivo para o uso de práticas conservacionistas. Frutos como a castanha, borracha e açaí permite uma renda familiar compensadora, segundo a ONG WWF-Brasil. Também outras frutas, bem como a apicultura e piscicultura como do pirarucu, mostram-se promissores.
O Estado do Acre está conseguindo por uma década um crescimento maior que a média brasileira. Seus serviços sociais estão melhorando. A revista registra que exemplos desta natureza podem ser copiados por outros Estados brasileiros.
Certamente, a divulgação destes assuntos numa revista da importância do The Economist acaba sendo incentivadora, tanto para os brasileiros como estrangeiros que tomam conhecimentos dos esforços que estão sendo desenvolvidos no país.