Tradicional Medicina Chinesa no Brasil
12 de novembro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Saúde, webtown | Tags: artigo na Folha de S.Paulo, consulta pública da Anvisa, informações parciais, necessidade de esclarecimentos adicionais
A Folha de S.Paulo de sábado último publicou um artigo de Giuliana Miranda no setor relacionado à saúde e ciência, com o título “Pais vai regulamentar medicina chinesa”. Informa que a Anvisa – Agência Nacional de Vigilância Sanitária publicou no Diário Oficial um embrião de projeto para provocar a consulta pública sobre o assunto, o que parece necessitar de esclarecimentos adicionais. Pelo que se sabe, a acupuntura, por exemplo, já está autorizada a ser praticada no Brasil, se efetuada por um médico que tenha qualificação para tanto. Como o artigo acabou enfatizando aspectos que são considerados exóticos, como o uso de alguns componentes utilizados em alguns tratamentos, pode-se acabar provocando algumas distorções na sua adequada compreensão. Citam-se somente alguns esclarecimentos prestados por fisioterapeutas, como Reginaldo de Carvalho Silva Filho, que seria o diretor de uma entidade chamada Ebramec – Escola Brasileira de Medicina Chinesa.
Tudo indica que o enfoque sobre a saúde na tradicional medicina chinesa difere da utilizada no Ocidente, na medida em que envolve uma visão global do ser humano, trabalhando com o conceito que é preciso preservar o equilíbrio de todo o corpo, onde a energia passa por diversos medianos. Muitos dos “medicamentos” utilizados são fitoterápicos, diferindo os alopáticos, havendo diversas correntes nas técnicas utilizadas. O artigo da Folha de S.Paulo cita a acupuntura, tai chi chuan e o tuiná, um tipo de massagem, mas parece que isto é somente um conhecimento parcial.
Existe na chamada “tradicional medicina japonesa”, por exemplo, o uso de tradicionais conhecimentos chineses comprovados cientificamente pelas técnicas aplicadas no Ocidente, como a acupuntura que apresenta algumas diferenças por “escolas”. Também se utilizam algumas medicações que aproveitam os princípios ativos conhecidos na fisioterapia, com as suas dosagens controladas, de forma semelhante aos medicamentos alopáticos.
Os tipos de exercícios utilizados não se resumem no tai chi chuan, bem como as massagens ao tuiná, havendo muitas técnicas que contam com diversas “escolas” diferentes. As próprias técnicas de acupuntura parecem evoluir, utilizando-se agulhas diferentes, havendo casos em que existem complementações com o uso de energia elétrica. Os pontos considerados, ainda que baseados nos meridianos tradicionais, parecem dar prioridades diferenciadas pelos diversos profissionais qualificados.
Tudo isto parece recomendar que estes assuntos sejam tratados por profissionais médicos, como parece atualmente aceito no Brasil pela legislação vigente.