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Problemas Políticos no Japão

17 de novembro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: condições prévias aprovadas, eleição kamikaze segundo The Economist, possibilidade de mudança do partido situacionista

O primeiro-ministro Yoshihiko Noda convocou eleições gerais para o próximo dia 16 de dezembro no Japão, que a revista The Economist considerou como uma atitude de kamikaze, diante da elevada possibilidade do DPJ – Partido Democrata do Japão atualmente no governo perder o comando do país para uma coligação que seria formada pelo LDP – Partido Liberal Democrata junto com o New Komeito. Com esta atitude suicida, ele conseguiu aprovar na Câmara Baixa alguns tópicos cruciais para a atual economia japonesa.

Com o acordo firmado, ele conseguiu a aprovação da cobertura do atual déficit fiscal com um novo limite para o lançamento de bônus, até o ano fiscal de 2015. Aprovou também a reforma eleitoral, que reduz a disparidade de representação entre os grandes centros urbanos com os distritos das pequenas cidades e meio rural, que sempre beneficiaram o LDP. As pensões públicas serão reduzidas, com a redução dos preços aos consumidores, e haverá um pagamento mínimo de 5.000 yens para os aposentados de baixa renda. Estas informações estão no site do The Japan Times.

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Primeiro-ministro japonês Yoshihiko Noda

Como é do conhecimento geral, o prestígio do atual governo com base no DPJ está abaixo de 20%, principalmente em decorrência da pobre performance da economia japonesa. Esta situação não seria sustentável por muito tempo.

O governo negociou com a oposição, principalmente com o LDP comandada hoje pelo ex-primeiro-ministro Shinzo Abe, que conta com elevada possibilidade de voltar ao comando político do Japão, e conseguiu organizar uma coligação que conte com a maioria, depois das eleições.

As informações provenientes do Japão e da Europa informam que o custo pago pelas concessões que estão sendo aprovadas na Dieta japonesa não pode ser considerado elevado diante da possível mudança do comando do governo. Qualquer que seja o governo, muitas mudanças teriam que ser efetuadas.

É difícil avaliar se tudo o que é necessário foi aprovado, mas a mudança do sistema de representação eleitoral sempre foi uma reivindicação dos setores industriais e de serviços. Muitas das resistências que impunham a proteção do meio rural já vinham sofrendo mudanças, com o aumento substancial das importações de produtos alimentícios. Mas vai ao sentido contrário com o que ainda se mantém na Europa, principalmente na França, onde se procura preservar o campo como uma forma de vida, o que está se tornando extremamente custoso.

Há que se admitir que a situação japonesa seja desesperadora, sendo que a designação do The Economist para esta eleição faz sentido, mas não parece existir nenhuma segurança que a possível mudança de governo provoque uma reversão da atual situação, ainda que seja uma tentativa que deva ser experimentada, procurando sair do atual imobilismo.