Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Suplemento Especial “Caminhos do Sul” do Valor Econômico

30 de novembro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: a logística da Integração do Sul Brasileiro, CNI com as Federações das Indústrias do três Estados do Sul, subsídios importantes, trabalho contratado com Macrologística

A CNI – Confederação Nacional da Indústria, num trabalho conjunto com as Federações das Indústrias dos Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná contratou com a consultoria Macrologística um estudo que está publicado em português e inglês como Suplemento Especial do jornal Valor Econômico. Refere-se aos Caminhos do Sul, mostrando os investimentos considerados prioritários na Logística da Integração, envolvendo uma cifra de R$ 15 bilhões em 51 obras até 2020.

É um exemplo do que pode ser oferecido pelo setor privado para o governo, na parceria do setor público com o privado. Deve-se reconhecer que o governo brasileiro perdeu a sua capacidade de análise sistemática dos setores como o de transportes, que tinha quando existia o GEIPOT – Grupo Executivo de Integração da Política de Transportes, criada em 1965 e que acabou sendo extinta pela miopia governamental. Agora, a Empresa Brasileira de Planejamento de Transportes, organismo capaz de pensar de forma integrada as necessidades de cada região brasileira e no conjunto do Brasil, acaba de ser recriada pelo governo federal reconhecendo a sua carência.

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Todos que possuem alguma experiência no setor público ou privado em assuntos relacionados com o desenvolvimento sabem da importância fundamental da logística para viabilizar a indústria, a agricultura como o comércio. As reclamações sobre a insuficiência da infraestrutura brasileira é constante e cansativa, mas poucos subsídios são oferecidos para as autoridades expressando de forma concreta as necessidades prioritárias, indicando os gargalos existentes, que dependem de uma análise sistêmica.

A descontinuidade da administração pública, cujo comando necessita ser temporários nos regimes democráticos, com a burocracia pressionada pelos interesses políticos partidários, não permitem uma clara identificação dos problemas existentes e os projetos realmente prioritários. Não se trata somente das necessidades internas, como a integração com os países vizinhos e com todo o mundo pelos seus portos.

Há necessidade da quantificação das demandas existentes bem com um primeiro esboço do orçamento indispensável para a execução dos projetos que serão executados dentro de uma parceira pública privada. As determinações finais das prioridades devem ser feitas pelo governo, ouvidos os parlamentares, e parte substancial do financiamento necessitará do suporte do BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento de Social. Mas, na execução dos projetos, as empresas privadas deverão ser selecionadas por concorrência pública, pois elas são mais eficientes, não contando com a necessidade de atendimento de todas as burocracias públicas.

Os principais problemas desta logística estão explicitados, não envolvendo somente obras, mas os roubos e acidentes que são frequentes, diante das limitações atualmente existentes. As reclamações são constantes, mas são poucas as sugestões objetivas que permitam às autoridades optarem pelas que são exequíveis, de forma pragmática, diante das naturais limitações dos recursos.

Houve um período de exagerada preferência pelas rodovias, com o abandono das ferrovias que também contam com o seu papel, e os problemas portuários ainda necessitam ser mais bem equacionados com os investimentos básicos feitos pelo governo, e as operações efetuadas pelo setor privado dentro de regras estabelecidas pelas agências governamentais.

Todos sabem que existem gargalos nas gestões dos projetos, com atrasos consideráveis e até insuficiência de tecnologias e recursos humanos adequados. É preciso que as pesquisas sejam aprofundadas e os recursos humanos sejam treinados, inclusive com o uso da experiência internacional.

As experiências bem sucedidas no passado mostram que todos os aproveitamentos possíveis precisam ser pensados em conjunto, mesmo os mais remotos como os usos das navegações fluviais, turismo e criações de peixes fluviais. Os aspectos ecológicos hoje são importantes, diante dos problemas que estão sendo enfrentados pela humanidade.

Existem boas experiências nacionais e estrangeiras que necessitam subsidiar os trabalhos que serão executados, com os menores custos e máximo dos benefícios sob os mais variados ângulos.