Importação Brasileira de Insumos Agropecuários
5 de dezembro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: artigo no Valor Econômico sobre estudo da Fiesp, aumentos expressivos, importação de fertilizantes e defensivos
Um artigo elaborado por Fernando Lopes e publicado no Valor Econômico informa que o Brasil está aumentando suas importações de insumos agropecuários, notadamente fertilizantes e defensivos, mas também máquinas e implementos, produtos para a nutrição animal bem como para saúde animal, notadamente nos últimos anos. Como a demanda interna assim como as exportações do setor agropecuário estão aumentando, seria de se esperar que os insumos necessários fossem produzidos localmente, mas nota-se que os seus produtores nacionais não são competitivos com relação aos importados.
Os estudos foram concentrados nestes itens e foram efetuados pelo Deagro/Fiesp – Departamento de Agronegócios da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, utilizando os dados da Secex – Secretaria de Comércio Exterior do governo federal. A soma destas importações em 2012 deve chegar a US$ 18,593 bilhões que poderiam estar estimulando a economia brasileira.
Terminal de importação de fertilizantes no porto de Paranaguá
Em 2007, esta soma era de US$ 8,340 bilhões, mostrando que quase dobrou nestes cinco anos. As importações dos insumos chegam hoje a 8% do valor das 20 principais produções brutas, quando eram de 4,8% há cinco anos.
A agricultura brasileira sempre necessitou de nutrientes como o potássio, os derivados de nitrogênio e de fosfato. Segundo os dados disponíveis na Fiesp sobre os projetos existentes para o aumento de sua produção no Brasil, as importações devem ser cadentes até 2021.
Das demandas brasileiras de 2010, as importações de potássio representavam 91%, os de nitrogênio de 76% e 43% do fosfato. Espera-se que cheguem a 35% de fosfatados, 43% de nitrogenados e 81% nos potássios em 2021. Mas dependem da Vale e da Petrobras que não contam com muitos recursos para estes investimentos.
A Vale possui um projeto de potássio na Argentina que está atrasado na sua implementação, e os nitrogenados dependem da produção de gás que conta com a produção em alta. No entanto, estas grandes empresas de controle estatal possuem focos diferentes do que os agronegócios.
O setor agropecuário, em que pesem todas as condições limitantes do Brasil, figura entre as mais competitivas em termos internacionais, e é a mais estratégica para manter o processo de desenvolvimento econômico. Tanto os empresários privados, como as autoridades necessitam dar a máxima prioridade no abastecimento interno destes insumos, com importações marginais.
As demandas geradas pelo setor rural brasileiro são indutoras de outras atividades para o seu abastecimento, e é necessário que a economia brasileira aproveite todas as suas potencialidades, para gerar os empregos que necessita, bem como as divisas indispensáveis para custear as importações indispensáveis.