Luzes Natalinas no Japão Não Cristão
24 de dezembro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: alguns exemplos japoneses, ideias que podem ser aproveitadas e aperfeiçoadas, Luzes Natalinas, publicados no The Japan Times, reflexões
Temos informado neste site que uma das sensações mais estranhas que uma pessoa criada num país cristão enfrenta num país não cristão é a passagem do Natal. No Japão, a data é um dia útil como qualquer outro, com expediente normal de trabalho, e somente à noite e no comércio nota-se alterações na rotina. Evidentemente, existem famílias cristãs no Japão, e por serem minorias, suas convicções costumam ser mais profundas, como deve acontecer em outros países de tradição não cristã. Mas senti a mesma sensação de frustração numa noite natalina em Veneza, quando saí à procura de uma missa pelas igrejas certo que participaria de um rico evento e só encontrei portas fechadas, tendo que me contentar com um programa de televisão que transmitia uma cerimônia do Vaticano. Lamentavelmente, muitas partes do mundo transformaram o Natal num evento comercial ou de outras atividades mais pessoais.
Mesmo com esta constatação um tanto triste sempre é interessante ser confrontado com a beleza que pode ser obtido com as luzes, dando um sinal da alegria que pode ser transmitida pelo nascimento do Redentor, reservando-se para uma introspecção mais pessoal o que a data exige. Um jornal japonês, o The Japan Times, solicitou aos seus leitores o envio de fotos que entendem mais expressivas das iluminações que foram constatadas, que pode ser acessada pelo http://www.japantimes.co.jp/xmas12.html .
Isto nos leva à reflexão que menos da metade da população mundial é cristã, mas costumamos nos comportar como se o universo tivesse sentimentos semelhantes com os que nos cercam. Quando visitei recentemente uma livraria, constatei que a quase totalidade das obras expostas eram originária de uma cultura centrada no Ocidente, notadamente na Europa, ignorando o que acontece no resto do mundo que não é desprezível.
Do aspecto econômico, o mundo pode estar cada vez mais globalizado, mas precisamos ter a clara consciência que isto não é verdade dos demais pontos de vista relevantes, como é o cultural. Parece que necessitamos fazer um esforço para aumentar a nossa consciência que temos que conviver com outros povos que pensam de formas diferentes.
Trabalhei por longos períodos como voluntário nas tarefas relacionadas com o Conselho Mundial de Igrejas com sede em Genebra na Suíça. Organização de origem protestante, mas sempre com clara posição ecumênica, dialogando também com todas as igrejas não cristãs. Tenho a convicção que não podemos ter opiniões monopolistas, e precisamos respeitar todas as crenças, mas tomo a liberdade de lamentar a distorção comercial que se efetua de determinadas datas, que deveriam ser significativas para alguns povos.