Mobilização do Brasil Para Melhoria das Instalações

30 de janeiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: Dilma Rousseff e os prefeitos, novas sugestões, problemas agudos provocam medidas de correções

Tantas são as dificuldades existentes nas instalações dos locais de eventos no Brasil, que se tornam indispensáveis aproveitar a comoção nacional e internacional provocada pelos lamentáveis acidentes como de Santa Maria para corrigir o máximo possível dos erros existentes. A presidente Dilma Rousseff que visitou aquela cidade do Rio Grande do Sul aproveitou o encontro antes agendado com todos os novos prefeitos eleitos em todo o Brasil para enfatizar a necessidade de sensíveis aperfeiçoamentos nesta área para que acidentes da mesma natureza não se repitam, com plena aprovação dos novos chefes das administrações municipais.

Vozes oportunistas se levantam também nos legislativos, mostrando que desde o nível nacional, até os estaduais e municipais, todos os políticos estão dispostos a apresentar seus projetos que devem ser examinados tecnicamente. Aproveitando a onda que se formou, tomo a liberdade de acrescer algumas decorrentes das observações e experiências pessoais, baseados na frequência de cinemas, locais de eventos, teatros e concertos de toda natureza, tanto no Brasil como no exterior. Podemos, na minha modesta opinião, aproveitar muito do que já está sendo feito em outros países, notadamente para facilitar a vida de idosos e de todos que necessitam de cuidados especiais, que estão aumentando no mundo e no Brasil.

Presidente Dilma Rousseff durante encontro com prefeitos

Continuo enfatizando a necessidade de dotar todos os locais de grandes aglomerações com o uso de materiais não inflamáveis. Muitas forrações de paredes, tapetes, tetos, plateias como salas de cinema, de teatros e outros locais de eventos ainda estão utilizando materiais altamente inflamáveis, como plásticos, tecidos e madeiras, além de outros materiais sintéticos, em lugares com elevados riscos de acidentes elétricos. Isto não se observa mais em muitos países, e parece fácil que se exijam estes cuidados, com um mínimo de normatização e consequente fiscalização, com pesadas multas diante das eventuais irregularidades.

Muitos destes locais como cinemas e teatros são frequentados por idosos e pessoas que necessitam de cuidados especiais, mas escadas dificultam os seus deslocamentos rápidos sem mesmo contar com corrimãos, quando necessários numa emergência, mesmo com a ajuda de equipes treinadas. Há que se generalizar saídas de emergências em locais que não necessitem mais de degraus, como existem em alguns destes estabelecimentos. Normalmente, as salas de espetáculos contam com desníveis, e estes idosos ou os cadeirantes necessitam ser acomodados junto às saídas normais ou de emergência.

Mesmo em locais considerados exemplares no Brasil, como a Sala São Paulo, utilizada pela OSESP – Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo e outras orquestras importantes, conta-se com poucas rampas de acesso e elevadores obsoletos que não podem ser utilizados em casos de emergência, quando a maioria dos frequentadores é de idosos e pessoas que contam com algumas deficiências motoras. Se simples shoppings centers contam com tantas escadas rolantes, e os supermercados como aeroportos com rampas e esteiras deslizantes, fica difícil de entender por que estes locais também não contam com facilidades idênticas.

Nos locais especializados em eventos, como casamentos e outras comemorações, observa-se que cada um que deseja utilizá-los providencia instalações e equipamentos diferenciados, para se distinguirem dos demais usuários como um exagero brasileiro. Instalações elétricas especiais acabam sendo providenciadas, como reforço externo para o abastecimento de energia e som, com elevados riscos de acidentes, pois eles são temporários e muitas decorações utilizadas são inflamáveis. Parece recomendável que as instalações básicas sejam reforçadas para eventuais usos adicionais, de forma permanente e sempre revisadas, com responsabilidade de especialistas.

Do ponto de vista dos usuários, aproveitando as possibilidades de novos regulamentos adicionais, nota-se que a grande maioria destes locais é dotada de toaletes insuficientes para as frequentadoras que são obrigadas a longas esperas. Parece fáceis se calcularem estas necessidades que costumam se mais demoradas para as pessoas de sexo feminino, que não apresentam nenhuma dificuldade, mas podem exigir espaços e investimentos adicionais dos proprietários.

Parece que o momento é propício para moderar a ganância para dar maior importância à vida.