Significativa Evolução no Comportamento do Ano Novo
1 de janeiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: atividade comercial, comportamento passado no Ano Novo, lojas de departamento e supermercados funcionando no primeiro dia do ano, relacionamento com a família
Surpreendente a notícia divulgada pelo jornal Japan Today. Até o ano passado, o costume era as lojas de departamentos como os supermercados japoneses se manterem fechados no primeiro dia do ano, e muitas empresas até por mais dias, permitindo que seus funcionários fossem visitar os familiares, muitos no interior do Japão. A notícia informa que neste ano as lojas já oferecem no primeiro dia do ano os chamados fukubukuro, ou seja, pacote da sorte, ofertas especiais, estando abertos para o público.
A notícia é que lojas de departamento como o Sogo & Seibu, Takashimaya e Mitsukoshi, os mais conhecidos no Japão, já abrem suas portas no chamado sho-gatsu, ou seja, o Ano Novo. Informa-se que o Seibu de Ikekukuro, um dos maiores em Tóquio, preparou 150 mil destes pacotes, que chegam ao preço de 100.000 yens, ou seja, mais de US$ 1.100. A loja recebeu na parte da manhã do dia 1º cerca de 20 mil compradores.
Mitsukoshi, de Ginza, em Tóquiio, que abriu neste 1º de janeiro
Muitas empresas industriais, como de produtos eletrônicos e automóveis, possivelmente diante das vendas baixas, aproveitaram este início do ano para concederem férias coletivas até o próximo dia 10 de janeiro.
Tudo indica que depois dos desastres naturais no nordeste do Japão, os que estão trabalhando nas grandes cidades sentiram a necessidade de visitar, com mais frequências, os seus idosos pais na terra de origem. Deixaram de visitá-los somente no Ano Novo.
Também, no passado, não havia o costume de concessão de férias anuais no Japão, como no Ocidente, que levava a aproveitar a passagem do ano para alguns dias mais de folga. Mas, com a crise econômica que continua afetando aquele país, tanto as férias regulares passaram a serem adotadas como também algumas reduções dos horários de trabalho, inclusive na indústria.
O comércio se empenha em manter suas vendas, tanto para os japoneses como os muitos turistas que visitam o país. Com os problemas atuais como na China e na Coreia, na disputa de ilhas, os turistas destes países sofreram algumas reduções, mas estão sendo compensados por outros provenientes de países asiáticos ou não. Também os japoneses aproveitam estas sequências de feriados para visitar o exterior, pois os custos das passagens ficaram reduzidos, com os usos dos aviões de grande porte.
Por incrível que pareça, o segmento que menos sofre com quedas, foi de vendas de produtos de alto luxo, mostrando que o patrimônio acumulado no passado, bem como a renda per capita de mais de US$ 40 mil, permitem estes gastos, notadamente com a redução da população e das natalidades. Os gastos de moradia e de educação estão se reduzindo, ainda que os gastos médicos estejam se elevando, dada a expectativa de vida mais longa.
Aqueles que visitaram o Japão recentemente ficaram surpresos com o nível de bem estar da população, como das lojas que oferecem seus produtos com muita atenção nos clientes. O quadro para os visitantes é bem diferente das duras realidades, principalmente das regiões afetadas pelas contaminações radioativas, ainda que se efetuem novos esforços com o recente governo encabeçado por Shinzo Abe.