Nova Comprovação do Comércio nos Mesmos Setores
8 de março de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: Estados Unidos e a China, intercâmbios complementares, intercâmbios nos mesmos setores, o caso da energia não poluente
Muitos analistas tradicionais ainda entendem que o intercâmbio bilateral entre dois países ocorre quando existem, por exemplo, complementaridades, com riqueza de matérias-primas em um deles e produtos industrializados em outros. Na realidade, muito do comércio internacional efetua-se intraempresas neste mundo globalizado, onde partes ou alguns modelos são produzidos em determinados países, intercambiando com outros produzidos em outros países. O mesmo parece acontecer com setores da economia, como indica um artigo publicado pelo The Economist sobre o que vem acontecendo entre os Estados Unidos e a China que são importantes parceiros comerciais, no segmento de energias renováveis.
A economia chinesa tem uma elevada capacidade de produzir grandes quantidades de produtos destinados à produção de energia solar, eólica e mesmo tecnologias avançadas para a produção e uso inteligente da energia, que acabam sendo exportados inclusive para os norte-americanos. Os Estados Unidos possuem tecnologias que estão embutidos em componentes avançados nos mesmos setores, que são exportados para a China para que sejam incluídos nos produtos que vão importar. Este tipo de intercâmbio comercial ocorre entre muitos países desenvolvidos com os emergentes que não se resumem na exportação de produtos primários, mas que já agregam valores adicionados utilizando estes produtos.
Os atuais graves problemas de poluição na China aceleram a produções de energias renováveis não poluentes, bem como economia do seu consumo, sendo um grande mercado em rápida expansão. Os Estados Unidos, ainda que contem agora com a produção de combustíveis do xisto, precisam contribuir para a redução da poluição mundial, evitando o aquecimento global que também os afetam. Eles continuam ampliando suas produções solares, eólicas e utilizando tecnologias, como as chamadas smart grid, que contam com volumosos produtos importados da China.
Para o caso brasileiro, ainda que se disponha de outras fontes de energia renovável, como a hidroelétrica ou o etanol, é preciso aumentar a consciência de que energia mais barata é a economizada, que pode ser acelerada com o uso de smart grid. Um país ensolarado como o Brasil, que conta com ventos constantes como nas suas costas litorâneas deve estimular as suas produções, que podem reduzir os projetos que contam com complexos problemas ambientais, inclusive de convívio com as reservas indígenas e florestais.
Muitos dos equipamentos necessários podem ser produzidos no país, inclusive com a utilização do lítio abundante na América do Sul, para a produção das baterias indispensáveis. É preciso pensar na importação de tecnologias já existentes no exterior, mas também precisam ser compensadas pelas exportações que geram as divisas indispensáveis para tanto,