Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Paris Metrô Também Com Projeto Agressivo de Transporte

27 de março de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: como as grandes metrópoles do mundo, demanda assegurada, exemplos de Xangai, Londres e Tóquio, melhoria dos problemas de tráfego urbano, necessidade de São Paulo

O site da Bloomberg publica numa extensa matéria de François de Beaupuy e Connan Caroline que também Paris, que já conta com um bom sistema de metrô, inicia um ousado projeto de US$ 39 bilhões para aumentar em 200 quilômetros o seu sistema, com 72 estações para terminar em torno de 2030. O projeto que começou com o presidente Nicolas Sarkozy recebeu novo impulso do presidente François Hollande, visando transportar 8,5 milhões de passageiros por dia, 21% mais que há uma década. O projeto ajudaria a estimular a recuperação da economia francesa. O projeto leva o nome “Le Grand Paris”, começando com uma ligação leste a oeste, mas chegará até aos aeroportos.

Isto leva a reflexão que o benefício certo deste projeto supera o que o Brasil pretende investir com o trem rápido ligando Campinas, São Paulo ao Rio de Janeiro, que conta com demanda incerta e retorno duvidoso, exigindo que 80% do seu custo sejam arcados pelo governo. Numa metrópole como São Paulo, bem como Tóquio, Londres ou Xangai, que vem executando programas ousados de transporte público com os metrôs, nota-se que todo o congestionado sistema de transporte apresenta sensíveis melhoras.

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Estação de metrô em Paris e o mapa da linha

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Estação de metrô em São Paulo

As que podem ser beneficiadas com o projeto em Paris são locais, e o metrô seria conectado com o sistema nacional de ferrovias da França, o consagrado SNCF. Entre os fornecedores tradicionais de trens figuram empresas que também atuam no Brasil, como a Alstom e a Siemens. No caso de São Paulo, os projetos têm estimulados esquemas público-privados com muitos fornecedores internacionais de várias origens competindo nas concorrências, em consórcio com empreiteiras locais. Os custos por quilômetro destes projetos vêm baixando com o tempo, em decorrência do uso de tecnologias como os que ficaram conhecidos no Brasil como o “tatuzão”, que fazem os túneis providenciando imediatamente o seu acabamento. Os prazos para execução destes projetos vêm se acelerando.

Outras grandes cidades brasileiras também têm os seus projetos de sistemas de metrô, além da extensão do que já existe. As demandas são certas, os avanços tecnológicos são equivalentes aos que podem ser conseguidos pelos trens rápidos, e os problemas paralelos a serem resolvidos proporcionam o que os economistas denominam ganhos de aglomeração.

O fato concreto é que os sistemas subterrâneos implicam em menores desapropriações resolvendo problemas que novas avenidas não conseguem, como os dos cruzamentos e viadutos adicionais. Tudo indica que, com o tempo, o bom senso vai acabar prevalecendo, e que a continuidade destes projetos por mais que um período administrativo é de grande importância, tanto nas metrópoles como nos diversos níveis da administração pública.