Pesquisas e Inovações nos Países Emergentes
6 de março de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: alguns destaques, artigo na Folha de S.Paulo, dados da Thomson Reuters, perigos das generalizações
Todos os analistas reconhecem que as pesquisas e inovações são fundamentais para acelerarem o desenvolvimento econômico. E os dados coletados pela Thomson Reuters são os mais utilizados para medir o que está acontecendo. Um artigo elaborado por Rafael Garcia, publicado na Folha de S.Paulo, relata os esforços que estão sendo efetuados pelos países emergentes, agrupando o Brasil, a Rússia, a Índia, a China e a Coreia do Sul, que são heterogêneos entre si. Informa-se que quase chegam a alcançar em conjunto os G7 (EUA, Reino Unido, França, Alemanha, Itália, Japão e Canadá) em patentes, mas os dados mais utilizados são as referências constatadas nos artigos científicos das principais revistas do mundo, que são poucas como o Science e Nature.
O artigo informa que a produção científica brasileira aumentou, mas o país ainda registra menos inovação do que outros emergentes. O que realmente interessa para o desenvolvimento são as patentes que permitem a produção mais eficiente de produtos, tanto para o mercado interno como voltado para a exportação. Ainda que o Brasil venha se destacando com artigos científicos sobre agricultura, zoologia e botânica, toxicologia e farmacologia, microbiologia e ambiente/ecologia, que são importantes, os coreanos e chineses se concentram nas tecnologias que permitem que seus produtos sejam crescentemente competitivos, inclusive com os desenvolvidos.
No que se refere aos gastos que os emergentes estão efetuando, no seu percentual com relação ao PIB, há um acentuado destaque para a Coreia do Sul, que chegou em 2010 ao triplo do Brasil. Não há dúvidas que os emergentes estão aumentando relativamente as patentes registradas comparando-se os dados das duas últimas décadas, bem como há um expressivo aumento de artigos publicados, mas comparado com os G7 ainda estão longe da proximidade. Estes esforços necessitam ter prosseguimento, pois são de maturações longas, havendo necessidade de estarem mais próximos dos aproveitamentos industriais, pois os agropecuários já estão beneficiando a economia brasileira.
O que o artigo e os dados ressaltam é que as pesquisas efetuadas pelas empresas são extremamente baixas no Brasil, havendo mais as que são efetuadas nas academias, com o suporte governamental. Não havendo um esforço de todos, há que se entender que as aplicações práticas destes conhecimentos serão feitas pelo setor privado, quer na indústria, atividades primárias como nos serviços.
Ainda que os passos iniciais estejam sendo dados, o Brasil precisa adquirir a consciência que não pode continuar a importar conhecimentos, pois as condições locais variam extremamente pelas suas diversas regiões, e somente parte do que vem do exterior pode ser adaptada para as produções locais.