Terríveis Custos das Guerras do Iraque e do Afeganistão
31 de março de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: artigo originário do The Washington Post reproduzido no The Japan Times, as guerras do Iraque e do Afeganistão custam aos contribuintes norte-americanos entre US$ 4 a 6 trilhões, envolvem as contas com os feridos, estudo de um pesquisador da Universidade de Harvard
Além dos custos diretos das intervenções militares norte-americanas nas guerras fracassadas do Iraque e do Afeganistão, somam-se as pensões e os cuidados médicos aos veteranos feridos que terão que ser reparados numa guerra de mais de uma década, segundo estudos realizados por uma pesquisadora da Universidade de Harvard, Linda Bilmes, professora de políticas públicas. Estes custos limitarão as atividades diplomáticas externas dos Estados Unidos, bem como novas iniciativas militares, que terão que ser custeadas pelos seus aliados, como na Ásia, onde os confrontos com os chineses parecem inevitáveis.
Os Estados Unidos aumentaram os benefícios aos militares em 2001 procurando reforçar os talentos e ampliar as suas fileiras envolvidas no Iraque e em outras localidades no exterior, onde sofriam as pressões de guerrilhas, como os dos radicais mulçumanos reais ou imaginários, alguns que nunca foram claramente identificados. Muitos estoques de armamentos de elevado potencial que eram considerados nunca foram localizados, servindo para tentar assegurar as fontes de suprimento energético do Oriente Médio para os norte-americanos. Muitas vidas foram sacrificadas, tanto dos seus militares como até de civis estrangeiros, e os esforços de reconstrução procuram beneficiar a indústria de construção pesada dos Estados Unidos.
Desembarque de militares falecidos na Guerra do Iraque nos Estados Unidos
Linda Bilmes estima que os Estados Unidos já gastaram quase US$ 2 trilhões nas campanhas militares no Iraque e no Afeganistão, mas ainda são partes, quando consideradas as pensões e os cuidados médicos e de invalidez dos veteranos destes dois conflitos. Segudo ela, os Estados Unidos ainda estão arcando com as guerras anteriores no Vietnã e na guerra do Golfo, que continuam subindo. Parte destes gastos foi transformada em dívidas públicas que foram acrescentadas em US$ 2 trilhões que representam 20% das dívidas contraídas entre 2001 a 2012.
Os estudos fornecem mais dados que os relatórios oficiais anteriores feitos pelo Projeto da Universidade de Brown de Pesquisas Eisenhower, que estimaram em US$ 4 trilhões. Estas cifras são bem superiores às estimadas quando as autoridades norte-americanas estavam calculando os custos da intervenção no Iraque, por meio de Stephen Friedman, um alto funcionário da Casa Branca. Seus colegas estimaram em somente US$ 200 bilhões.
Não se sabe exatamente até quando estes pagamentos serão mantidos. A agência Associated Press ainda está emitindo cheques para pagamentos de parentes da Guerra Civil americana, depois de mais de 150 anos do término daquele conflito. Estas calamidades existem também em outros países, e mesmo no Brasil, alguns descendentes de veteranos militares não se casam oficialmente para preservar suas pensões, lamentavelmente. Na Segunda Guerra Mundial, o litoral brasileiro foi incluído como retaguarda da Campanha da Itália, beneficiando muitos que não tiveram nenhuma participação nos conflitos, beneficiando ainda seus descendentes, que não se limitam aos bravos pracinhas que sacrificaram suas vidas nos campos daquela bota, no combate aos nazistas e fascistas europeus.
As intervenções militares precisam ser evitadas por iniciativas diplomáticas ainda que concessões tenham que ser efetuadas para a convivência entre povos que pensam de formas diversas, como acontece atualmente com a Coreia do Norte.