7º Paladar Cozinha do Brasil
10 de maio de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Gastronomia, Notícias, webtown | Tags: chefs renomados, evento de três dias, evento promovido pelo Paladar, suplemento semanal de O Estado de S.Paulo, troca de experiências entre 73 profissionais
Está consolidada a tradição desta promoção anual do Paladar, suplemento semanal do jornal O Estado de S.Paulo, ao realizar a 7º versão deste evento de três dias em São Paulo. Estiveram presentes 73 profissionais, dos mais conhecidos como Alex Atala, Rodrigo Oliveira, Helena Rizzo, Carla Pernambuco e Benny Novak como outros menos conhecidos vindos de todas as partes do Brasil, inclusive do exterior. Foram 117 horas de atividades, com 5.000 visitantes, intercambiando informações sobre tudo que está ligado à gastronomia, desde a tradicional até as inovações, inclusive exóticas, centradas no que se dispõe no Brasil.
Muito do que aconteceu está registrado na edição deste dia 9 de maio, estando disponível pelo site www.estadao.com.br/paladar para os que estejam interessados nos seus conteúdos, com mais detalhes. Cinthia Bertalino expressa no seu artigo introdutório do suplemento que foi apresentado muito mais que a panela, com intenso intercâmbio de ideias, reflexões, demonstrações, experimentos e testes.
Alguns pontos mereceram destaque. Os doces brasileiros costumam exagerar no paladar doce, e a aula comandada por Ana Soares, Mara Salles e Neide Rigo no evento demonstraram que não há necessidade de ser assim. Ajuda a reduzir a tendência ao aumento do diabetes entre a população brasileira, mas também poderia haver sessões para demonstrar que não há necessidade dos bons pratos serem tão salgados ou gordurosos, principalmente de gorduras saturadas.
Destacou-se, também, a fermentatividade que tradicionalmente vem sendo utilizado nas culinárias de todo o mundo, enriquecendo o poder nutritivo dos alimentos, além de proporcionar aromas e sabores admirados por muitos, evitados por alguns. Podem ser alcançados com os usos dos fermentos tradicionais que adicionam microrganismos, mas também serem obtidos pelos próprios ingredientes, mas mais variadas formas.
O alimento está sendo utilizado como língua universal, como destacado neste evento, variando dos mais exóticos até os tradicionais, que recebem sempre novas leituras, como está sendo conseguido por Helena Rizzo e muitos restaurantes brasileiros que se tornaram famosos em todo o mundo.
Houve também uma tendência para forçar limites, até com o uso de sabores que agradam a alguns, podendo desagradar a outros, pois além de culturas diferentes nas suas origens, apresentam preferências individuais que devem ser respeitadas.
Também ficou evidente que o novo depende também do velho ou tradicional, havendo necessidade de se arriscar inovações tanto na forma de tratar os alimentos como experimentar outros ingredientes, até os mais exóticos.
Muitos alimentos utilizados em algumas localidades brasileiras, de forma restrita, foram apresentados para todos como o içá e a abelha jataí. Combinações diferentes de raízes, plantas, com materiais tradicionais como os diversos tipos de queijo brasileiros ou o jambu. Mel com diferentes características enriqueceram as apresentações, como vinhos e cafés preparados esmeradamente.
Com estes eventos vão se consolidando as personalidades da gastronomia brasileira, que, usando a ampla biodiversidade existente respeitando as diferenciações regionais, mostra que a fusion que ocorre no mundo também pode ocorrer internamente.