Esperanças Energéticas do Japão
12 de maio de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: aproveitamentos dos hidratos de metano congelados, as pesquisas no fundo do mar, esforços japoneses no campo da energia, participações até no Uruguai
Como uma das limitações mais importantes no Japão é o da disponibilidade de energia, este site vem publicado sobre muitos dos seus esforços para a obtenção de novas fontes, bem como ampliação de suas atividades no exterior, mostrando que sempre existe uma esperança mesmo nas atividades que parecem voltadas para outras finalidades. O recente número da revista científica Nature publica considerações adicionais sobre os esforços que estão sendo feitos para extrair o gás metano a partir de hidratos de metano congelados que se encontram nas profundezas marítimas no litoral japonês, assunto que já foi abordado neste site. Ainda que estas pesquisas sejam consideradas promissoras, apresentaram problemas que ainda precisam ser superadas.
O projeto piloto foi efetuado a 80 quilômetros da costa japonesa, e produziu dezenas de milhares de metros cúbicos de gás, antes que a bomba para a sua extração sofresse um entupimento, que estão procurando superar. Os depósitos de gelo com hidratos de metano tinham sido descobertos pelos canadenses no Ártico, que não acharam que a sua exploração fosse econômica. Mas as pesquisas japonesas mostraram maior produtividade no offshore, renovando as esperanças, pois elas são abundantes nos mares territoriais do Japão, e poderiam ser uma das fontes mais importantes de energia para aquele país.
Shinkai 6500 e queima de gás natural offshore (Foto:The Japan Times)
Estas pesquisas no Japão foram efetuadas pela JOGMEC – Japan Oil, Gas and Metals National Corporaton, que é uma agência oficial, utilizando o navio Chikyu, chegando à profundidade de 270 metros. E sua produtividade revelou-se bem acima da canadense, que também apresenta diversos problemas técnicos. Os japoneses evitaram os problemas encontrados pelos canadenses, mas surgiram outros como o entupimento da bomba com areia.
Ainda os japoneses afirmam que estão 10 ou 20 anos atrasados com relação à exploração do xisto, mas confiante que os problemas técnicos podem ser resolvidos, obtendo-se uma produtividade considerável. Outros países asiáticos também estão estudando o assunto.
Paralelamente, informou-se sobre a cooperação técnica entre o Brasil e o Japão na exploração do Oceano Atlântico, utilizando-se o navio japonês de suporte Yokosuka e o submergível Shinkai 6500, notadamente na Elevação Rio Grande. O trabalho é conjunto do CPRM – Serviço Geológico do Brasil com a JAMSTEC – Japan Agency for Marine-Eath Science and Technology. O que se localizou são indícios de formações de granito que demonstrariam que houve um deslocamento do continente sul-americano quando da separação com a África, além da localização da biodiversidade marítima na região.
No entanto, uma notícia publicada no jornal econômico Nikkei informa que a empresa japonesa Inpex adquiriu 30% das ações de uma empresa britânica, a Tullow Oil, que opera com petróleo e gás na costa do Uruguai, o que permite supor que os japoneses estão interessados na localização destes produtos com as pesquisas na região. Estas pesquisas estão sendo efetuada a 200 quilômetros da costa, a profundidade que vai de 2 a 3.000 metros, portanto em condições bem menos dificultosas que o do pré-sal brasileiro.
Ainda que aparentem se assuntos independentes, pode ser que estas pesquisas tenham objetivos semelhantes como alvo.