Preocupações Com a Economia Mundial
14 de maio de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: a economia brasileira inserida na mundial, formação dos economistas, recomendações de Janet Yellen
Acompanhando o noticiário nacional e internacional sobre a evolução de suas economias e as opiniões expressas por alguns que deveriam ter um conhecimento mais completo, muitos acabam ficando perplexos com o que está acontecendo. Alguns economistas, que poderiam influir na formulação de uma política econômica mais adequada, demonstram uma visão distorcida demonstrando que seus preparos não são os desejados. Por exemplo, alguns entendem que os bancos centrais devem estar focalizados exclusivamente nos objetivos de atingirem as metas inflacionárias, qualquer que seja o custo em termos de emprego e crescimento da economia. Imaginam que o FED – o banco central dos Estados Unidos, de onde se espalhou muita influência para instituições similares de outros países, só estivera concentrado nos objetivos inflacionários.
Com uma bolsa excepcional oferecida pelo governo norte-americano, tive o privilégio de conhecer o funcionamento do FED, ainda quando o Banco Central do Brasil utilizava somente instrumentos tradicionais de política monetária e creditícia, ainda na década dos sessenta do século passado. Já naquela ocasião, observei a quantidade de informações que utilizavam, como os relacionados com os antecedentes da produção e os de emprego, além dos mais variados dados que eram fornecidos para as autoridades num livro com grande riqueza de informações para as suas decisões. Sempre consideraram outros fatores, além da inflação, o que deveria ser de amplo e profundo conhecimento dos atuais economistas.
Prédio do FED em Washington e sua atual vice-presidente, Janet Yellen
O jornal Valor Econômico reproduz em português um artigo importante publicado no The Wall Street Journal falando da atual vice-presidente do FED, a competente Janet Yellen, formada na Yale University, que é uma das cogitadas para substituir o atual presidente Ben Bernanke, mostrando que ela está focada na preocupação do emprego. A íntegra do artigo pode ser encontrado no http://www.valor.com.br/internacional/3122020/cotada-para-o-fed-yellen-foca-no-emprego. Ela foi uma das primeiras que alertou sobre a bolha do setor imobiliário nos Estados Unidos que acabou por desencadear a atual crise por que ainda o mundo passa.
Janet Yellen fez a carreira no FED e também em importantes universidades, tendo cunhado a expressão que o banco central dos Estados Unidos tem um duplo mandato, o de manutenção da inflação em determinado nível, e também de emprego, que deve ser perseguido como objetivo.
Os economistas preferem o seu nome para a importante sucessão do FED, mas também existem os que se colocam radicalmente contra o seu nome, afirmando que ela vai acabar provocando a inflação com sua preocupação centrada no emprego.
Na realidade, com a flexibilidade monetária que veio sendo adotada nos últimos anos pelo FED, provocando inclusive a desvalorização do dólar norte-americano para tornar a economia norte-americana competitiva, haverá um momento em que esta política monetária que mantém os juros baixos por um longo período terá que ser cuidadosamente ajustada, voltando ao patamar que se encontrava antes de todas estas turbulências recentes.
Existem nomes alternativos respeitáveis competindo com ela, que depende de indicação do presidente Barack Obama e fica sujeito a um exame profundo no Senado daquele país. Em qualquer hipótese, a contribuição de Janet Yellen continuará sendo importante, tanto para os Estados Unidos como para o resto do mundo.