Efeitos da Flexibilidade Monetária nos Países Emergentes
7 de junho de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: artigos no Nikkei, desaceleração do desenvolvimento com falta de recursos, redução das pressões inflacionárias
Quando era possível aguardar-se uma enxurrada de recursos dos países emergentes para os desenvolvidos, como os Estados Unidos e o Japão, que estão provocando a flexibilidade, observa-se, segundo artigos publicados no jornal econômico japonês Nikkei, que muitos estão registrando redução do seu ritmo de crescimento, ao mesmo tempo em que a inflação mundial segundo FMI não tende a uma elevação. Na realidade, países como a China, a Índia, a Rússia, a Malásia e o Brasil passam por um período de redução das suas exportações com o baixo crescimento da economia mundial, e os preços dos seus produtos não conseguem acompanhar os aumentos dos seus custos.
O único efeito sensível que continua ocorrendo é a desvalorização dos câmbios dos países desenvolvidos com a flexibilidade monetária, tornando-os mais competitivos mesmo com relação aos emergentes, em alguns casos. Com isto, mesmo com o pequeno aumento dos custos das importações destes países, ele não é suficiente para influir nas pressões inflacionárias. Mais que forte fluxo de recursos financeiros, todos optam pela segurança, aumentando os financiamentos dos tesouros dos países desenvolvidos, sem emigrarem para os emergentes. Mas os efeitos cambiais acabam sendo expressivos.
Tudo isto vem mostrando que os problemas econômicos se tornaram muito complexos, e sempre que existe um pequeno benefício, que costumam ajudar os países desenvolvidos, ainda são menores que os esperados. Os prejudicados, normalmente, acabam sendo os emergentes e em desenvolvimento que contam com menor poder para impor suas políticas.
A insatisfação parece ser de todos. Os brasileiros que ficam observando o caso do Brasil, com mais atenção e como é natural, nem sempre consideram suas críticas comparando com o que acontece também no resto do mundo.
Na realidade, o cobertor está curto para todos, e as insatisfação são mais violentas em países europeus e árabes, havendo alguns latino-americanos e do sudeste asiático que tentam se defender, mas a sua importância relativa na economia global ainda é pequena.
Todos os países, como também o Brasil, vêm procurando tomar medidas específicas para resolver os casos mais gritantes, e seria desejável que houvesse um plano geral de longo prazo. No entanto, muitos deles se tornam meros estudos, pois as mudanças que estão ocorrendo acabam determinando a necessidade de ações pragmáticas, dentro do possível.
O Brasil ainda vem sendo beneficiado por uma população otimista, em com as amplas condições geográficas e de biodiversidade que permitem alternativas que nem todos contam. Parece que mais que criticar seria útil elaborar algumas medidas que tenham a possibilidade de maior sucesso, se possível ampliando entendimentos com outros países que também enfrentam seus problemas.