Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Estudos das Correntes Marítimas Superficiais e Profundas

17 de junho de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: além do aquecimento global, artigo no Nature de maio último, desconfianças dos leigos sobre os problemas climáticos, estudos sobre o Atlântico, óxido de carbono transportados

Para os leigos, sempre existem desconfianças que os grandes problemas climáticos recentes devem estar ligados aos danos que a humanidade está provocando no meio ambiente, provocando fenômenos como o aquecimento global. Os cientistas de muitos países, como relatado pela revista científica Nature de maio deste ano, as correntes marítimas do Atlântico devem ser estudadas, separando-se o que está ocorrendo nas superficiais como nos mais profundos, provocando alterações relevantes. Existiriam duas correntes transportadoras globais, com as de superfície levando águas quentes para os polos, e as profundas com água fria de volta para os trópicos. Tudo indica que eles estão provocando parte dos problemas climáticos que afetam a todos. Algo semelhante também ocorre no Pacífico, sendo que algumas são mais conhecidas como as La Niña e El Niño.

Já existem acompanhamentos na Flórida e nas Ilhas Canárias efetuadas desde 2004. Os Estados Unidos devem iniciar as pesquisas que vão da Argentina à África do Sul. E os americanos e os ingleses devem financiar os monitoramentos de superfície entre o Labrador e a Escócia. Estes monitoramentos são considerados cruciais para as previsões climáticas, segundo cientistas da Universidade de Southampton, pois as correntes transportam grandes quantidades de calor, afetando as condições sazonais em partes da Europa, da África, da América do Sul e América do Norte.

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Researchers deploy a float that forms part of the Rapid Climate Change monitoring array.

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Expand . Source: Rapid: NERC; SAMOC: NOAA; OSNAP: S. Lozier. Foto e gráfico publicado na revista Nature

Existem muitas siglas que são de conhecimento dos especialistas, como AMOC – Atlantic Meridional Overturning Circulation, RAPID – Rapid Climate Change, OSNAP – Oveerturning in the Subpolar North Atlantic Program e outras referindo se a estes assuntos técnicos.

Os dados pesquisados referem-se à velocidade e direção, temperatura das águas, salinidade e pressão em várias profundidades. Por exemplo, constatou-se que em abril de 2009 a matriz indicou uma queda de 30% na intensidade da corrente média, que persistiu por um ano. Reduziu-se a quantidade de calor transportado em 200 bilhões de watts, igual a 100 mil usinas de grande porte. Isto determinou um inverno muito rigoroso na Europa em 2009-10.

Os modelos sugerem que a taxa de formação de águas profundas irá diminuir até o final do século, e isto é problemático porque ele carrega grandes quantidades de dióxido de carbono até as profundezas, sequestrando-a da atmosfera. Isto não é só do interesse dos oceanógrafos, mas de todos, segundo Susan Lozier, da Universidade de Duke.

Os cientistas estão tentando rastrear tanto as águas superficiais como as profundas. Os dados combinados permitem, mediante modelos, algumas estimativas climáticas. Os cientistas consideram que o aquecimento global pode provocar um colapso na circulação oceânica, com uma irregularidade duas vezes maior o que se observou em 2009.

Espera-se que as autoridades políticas dos diversos países, com base nestes dados científicos, sejam convencidas que precisam fixar, com a máxima urgência, metas claras que sejam estabelecidas universalmente, superando as resistências como os dos Estados Unidos e a China, principalmente.