Wall Street Journal Aponta Problemas nos Bancos Chineses
18 de junho de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: comparações com o Brasil, necessidade de controle monetário mais rígido, o setor bancário chinês e suas dificuldades, queda dos influxos de recursos
Muitos analistas criticam os problemas da economia brasileira de baixo crescimento, pressões inflacionárias e dificuldades nas contas externas, apontando para o crescimento que continuaria ocorrendo na economia chinesa. Um artigo de Lingling Wei, instalado em Beijing, publicado no The Wall Street Journal, informa sobre o agudo problema que está sendo enfrentado pelo sistema bancário chinês, que pressiona as autoridades monetárias daquele país. Algo semelhante também está divulgado pelo Financial Times, num artigo escrito por Simon Rabinovitch, que se encontra em Xangai.
Na realidade, um agudo problema está sendo enfrentado pela queda do influxo de recursos externos para a China, tanto diante do problema de desaquecimento da economia local como dos riscos envolvidos com os seus bancos. Como as autoridade monetárias chinesas estão procurando controlar a expansão monetária, os juros interbancários acusou um elevado crescimento, enquanto o seu Banco de Desenvolvimento Agrícola, uma estatal, teve dificuldade para colocar seus papéis no mercado.
Estes problemas estão se repetindo em todo o mundo globalizado, mas é mais grave na China, pois seus bancos contam com muitos empréstimos incobráveis que foram concedidos como subsídios para as empresas chinesas. As autoridades monetárias procuram corrigir estas distorções que foram provocadas pela flexibilidade dada em 2009 para evitar as dificuldades da economia mundial, adotando maior rigidez nos seus controles atuais.
O PBOC – Banco do Povo da China, o banco central daquele país, não conta com a independência que se observa no Ocidente, e o premiê Li Keqiang ficou relutante em modificar a política monetária, evitando sacrificar o crescimento de sua economia.
Nunca os problemas são isolados, e a soma de muitas dificuldades acaba afetando o todo, sendo que o sistema bancário acaba provocando repercussões mais agudas, afetando também as empresas. Os juros interbancários da China atingiram um recorde não observado por muito tempo.
Os jornais chineses afirmam que uma crise no sistema bancário não aconteceria, mas para tanto as autoridades monetárias serão obrigadas a assistir alguns estabelecimentos em condições mais críticas, que são gigantescos.
Em alguns aspectos, os problemas chineses se assemelham aos brasileiros, mas os bancos do Brasil vieram sendo monitorados mais de perto pelo Banco Central e não apresentam problemas como os chineses. Mas as dificuldades de colocação de papéis e a redução dos fluxos de recursos externos acabam sendo comuns, mostrando que no mundo globalizado estes fenômenos afetam uns aos outros.