Consumo de Sódio nos Alimentos

21 de julho de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Gastronomia, Notícias, Saúde, webtown | Tags: artigo na Folha de S.Paulo, notícias sobre o conteúdo de sódio, produtos industrializados, sódio em alimentos naturais, uso exagerado na cozinha | 2 Comentários »

Mesmo sabendo que existem pessoas mais sensíveis aos efeitos do sódio, tanto para a elevação da pressão sanguínea e problemas cardiovasculares, o artigo publicado pela Cláudia Colluci na Folha de S.Paulo, na seção saúde + ciência, parece importante para informar todos os consumidores. Ela se refere ao estudo efetuado pela ABIA – Associação da Indústria de Alimentação com base nos dados de 2008 e 2009 do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, mostrando que o sal de cozinha é responsável por 71,5% do sódio consumido pelos brasileiros, ainda que admita que os alimentos industrializados também tenha parte de sua responsabilidade.

A advertência se estende aos que são apresentados como diet e light, como refrigerantes, mas estão com elevado conteúdo de sal. Mesmo os alimentos considerados naturais, como algumas águas minerais, o milho verde apresenta um elevado conteúdo de sódio, o que nem sempre é muito conhecido por aqueles que necessitam evitar a ingestão do mesmo. Entre os produtos industrializados que mais contêm sódio figuram o toucinho, costelas e outras partes do porco, queijo de minas, azeitonas e o queijo parmesão, todos muito apreciados pelos brasileiros. O Ministério da Saúde vem intensificando a campanha para a redução do sódio entre os brasileiros que figuram entre os mais elevados no mundo.

Tudo indica que quando os brasileiros efetuavam mais esforços físicos, estavam sujeitos ao sol, os efeitos danosos de sua alimentação com alto teor de sódio era menos prejudicial. Hoje, com a vida sedentária, elevada utilização dos meios de transportes automotores, pouco exercício físico o quadro está se agravando, tanto com o aumento da obesidade como da elevação da pressão sanguínea e doenças cardiovasculares, que se mostram entre os mais elevados do mundo.

Evidentemente, estes problemas não se devem somente ao elevado consumo do sódio, como ao mau tipo de alimentação, com excesso de açúcares, gorduras, carboidratos, bebidas alcoólicas e refrigerantes, entre muitos outros.

Na realidade, todos deveriam ser assistidos pelos médios e nutricionistas para serem adequadamente orientados para as suas dietas, de conformidade com suas próprias características e seus estilos de vida. Os responsáveis pela alimentação humana, principalmente as empresas de alimentos industrializados, de bebidas, também necessitam acompanhar as tendências que já se observam em diversos países do mundo, tanto com a redução dos ingredientes inconvenientes, como a adequada informação dos seus conteúdos.

Haveria necessidade de uma ampla divulgação para a população, notadamente as donas de casa que ainda mantêm padrões que eram utilizados no passado no meio rural brasileiro. Verifica-se ainda o péssimo hábito de acrescentar o sal nos restaurantes e locais de alimentação fora de casa, mesmo antes de provarem a comida.

O artigo informa que o sal também está sendo eliminado da mesa de muitos restaurantes no exterior, o que poderia ser uma medida recomendável também no Brasil. Os clientes que necessitarem destas complementações deveriam ser obrigados a solicitarem o sal para os garçons. Alguns restaurantes no Brasil já estão reduzindo o teor de sal nos seus pratos, mas ainda são iniciativas incipientes.

É visível a olho nu o aumento da obesidade entre os brasileiros, desde jovens. Parece importante que a consciência sobre a alimentação adequada comece em casa, que continua, segundo a pesquisa, sendo uma das mais fortes fontes de uso do sódio.