The Economist Comenta a Situação da Imprensa no Brasil
12 de julho de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, webtown | Tags: dificuldades dos principais veículos, o problema da qualidade, os problemas dos jornais e revistas no Brasil, redução de jornalistas
A revista internacional The Economist publica na sua edição da próxima semana um artigo sobre as dificuldades que estão sendo enfrentadas por algumas empresas jornalísticas brasileiras. Comenta que a Editora Abril, que conta com 53 títulos conquistados, anunciou a demissão de muitos editores seniores diante da queda de suas receitas. Deve reduzir suas dez divisões de publicações para cinco. Os analistas especulam que devem reduzir 1.000 postos de empregos editoriais nos próximos meses. Muitas das suas revistas estão sendo enviadas gratuitamente para os assinantes de algumas, que denotam uma qualidade visivelmente insuficiente. O mesmo estaria acontecendo com alguns dos importantes jornais brasileiros.
A Folha de S.Paulo, o jornal de maior tiragem no Brasil, também demitiu 6% dos seus funcionários, fenômeno que está atingindo um dos seus rivais, O Estado de S.Paulo, que já encerrou as atividades de seu Jornal da Tarde. Esta redução de emprego dos jornalistas está preocupando Jayme Sirotsky, ex-presidente da Associação Mundial de Jornais, de uma editora do Rio Grande do Sul, que informa que a imprensa brasileira procura manter a sua qualidade mesmo com a queda de sua rentabilidade.
O The Economist aponta que estes problemas são usuais na imprensa, num país que passa por uma mudança na sua demografia, crise econômica e problemas tecnológicos que estão também afetando a imprensa dos países ricos. Como muitos brasileiros ingressaram na classe média, esperava-se o aumento dos assinantes dos órgãos impressos, mas muitos se voltaram para as conexões da internet.
Muitos jornais estão também colocando o seu conteúdo na internet, mas os leitores estão preferindo as notícias rápidas como os das redes sociais. No ano passado, o Brasil ultrapassou a Índia tornando-se o segundo consumidor mundial da Facebook, depois dos Estados Unidos. Os anunciantes estão utilizando estes instrumentos eletrônicos, fazendo com que cheguem a 14% das despesas com a publicidade, segundo organismos que controlam estes gastos.
Segundo a revista, os portais, sites e blogs estão canibalizando as fontes de notícias convencionais, cabendo informar que Asiacomentada não utiliza a publicidade. Segundo as entidades que reúnem a imprensa brasileira, lamentavelmente esta situação está afetando a qualidade dos trabalhos.
Alguns analistas informam que a imprensa impressa brasileira não deu à mídia on line a devida importância quando ela surgiu. Mas a revista informa que, como aconteceu no Egito e na Turquia, a imprensa tradicional demorou a dar a devida importância para as manifestações públicas recentes, chegando a se confundir com as instituições tradicionais. Mas os jovens parecem que não abandonaram os jornais, e seis entre dez manifestantes informaram que tomaram conhecimento do que estava acontecendo tendo como fontes a Folha de S.Paulo, a TV Globo e O Estado de S.Paulo.