Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

A Poluição na China e o seu Combate

9 de agosto de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: artigo no The Economist, gigantesco programa para a sua superação, maior poluidor do mundo, problemas de saúde | 4 Comentários »

Num artigo longo e aterrorizante, The Economist informa sobre a poluição que está ocorrendo na China, bem como o seu programa de US$ 275 bilhões em cinco anos para combatê-la, que também é considerado o mais arrojado entre os diversos países do mundo. Lamentavelmente, todos sabem que a China e os Estados Unidos são os maiores lançadores de CO2 na atmosfera prejudicando todo o globo terrestre. Em janeiro deste ano, Pequim contava com 40 vezes mais de partículas poluentes que o nível considerado seguro para os seres humanos pela Organização Mundial da Saúde. Mesmo com o gigantesco programa para o seu combate, a poluição continuará aumentando no mínimo até os anos 2030, segundo as autoridades locais, mas 2040 para os analistas mais objetivos.

Estudos efetuados sobre o norte da China informam que a expectativa de vida está sendo reduzida em cinco anos e meio. Os rios estão imundos e o solo contaminado, as águas das torneiras não são potáveis, além de escassas. Enquanto os Estados Unidos e a Europa em conjunto estão reduzindo suas emissões em 60 milhões de toneladas anuais de gases efeito estufa, somente a China está aumentando em 500 milhões de toneladas, tendo passado de 10% do mundo em 1990 para 30% atualmente. 10% das terras agrícolas chinesas estão contaminadas com metais pesados, como o cádmio. O acelerado crescimento econômico obrigou a China a utilizar muita energia elétrica derivada da queima de carvão mineral, um dos mais poluentes disponíveis.

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Poluição em Beijing

O artigo reconhece que muitos países promoveram a sua industrialização com prejuízo ao seu meio ambiente, mas demonstra com dados e gráficos que o caso Chinês aparece como o mais grave entre todos.

Afirmam que a sensação em Pequim é de estar numa sala de fumantes num aeroporto, tanto pela visibilidade, cheiro como quantidade de poluentes. Estão ocorrendo manifestações populares exigindo ações do governo sobre a situação, e executivos estão evitando trabalhar na China em decorrência de sua atmosfera.

As autoridades estão lutando contra o tempo, pois estes danos ambientais estão prejudicando os próprios chineses, além do resto do mundo com o aquecimento global, que estimula as irregularidades climáticas, notadamente no litoral. As autoridades como o premiê Li Keqiang reconhece a sua necessidade, concentrando suas atenções sobre as indústrias mais poluentes, mas a situação está generalizada.

Algumas medidas já tomadas não funcionaram como as restrições para a promoção de servidores públicos que não conseguissem resultados nesta área. Muitos estudos estão sendo feitos pelo CASS – Academia Chinesa de Ciências Sociais. Alguns alimentos importantes como o arroz não podem ser consumidos por conterem elementos como metais pesados.

Os chineses estão procurando uma rede de usinas atômicas, para geração de energia elétrica, pois os que utilizam o petróleo e o carvão são considerados mais poluentes. Apesar dos esforços que estão sendo feitos, tudo vai levar muito tempo para ser corrigido, enquanto chineses e o resto do mundo continuam sendo prejudicados.


4 Comentários para “A Poluição na China e o seu Combate”

  1. Hugo Penteado
    1  escreveu às 19:31 em 12 de agosto de 2013:

    Assustador. Só diria isso. Atraso de decisões, não sei se tem saída fácil desse problema. Provavelmente não.

  2. Paulo Yokota
    2  escreveu às 08:43 em 13 de agosto de 2013:

    Caro Hugo Penteado,

    Obrigado pelo comentário. Estou preocupado não somente com a China, mas os Estados Unidos com o Shale Oil e o Canadá com o oil sand. Tenho a impressão que o mundo está concentrado na recuperação econômica a qualquer custo, quando as pesquisas científicas como os publicados no Nature e Science constatam as elevações das temperaturas das correntes marítimas, aumento do degelo, que devem aumentar irregularidades climáticas semelhantes ao La Niña e El Niño, principalmente nos países mais pobres do mundo, mas também nas regiões desenvolvidas. Parece que os esforços para a redução do aquecimento global estão congelados. Acho que a maioria da população mundial pretende melhorar o padrão de vida mas respeitando o meio ambiente, como existem bons exemplos na Escandinávia e no Extremo Oriente.

    Paulo Yokota

  3. Luana Fernanda
    3  escreveu às 22:23 em 22 de setembro de 2013:

    Estou fazendo um trabalho de Geografia sobre a poluição da China e fiquei indignada como um país chega nessas condições…Tenho apenas 14 anos e não entendo como as pessoas deixam chegar a esse ponto, até que ninguém consiga mais respirar. Não acho certo fazerem isso, pois daqui a alguns anos, não existira mais planeta. Por incompetência e burrice dos “homens”… Eu faço minha parte, mantendo o que me mantem viva e respirando… A única coisa que eu posso fazer, poreé não depende só de mim e acho que todos deveriam retribuir…!!!

  4. Paulo Yokota
    4  escreveu às 08:29 em 23 de setembro de 2013:

    Cara Luana Fernanda.

    Muito bem. Não se trata somente da China, pois também no Ocidentes estamos exagerando no descuidado com a poluição provocada pelo uso de combustíveis que aquecem a atmosfera, provocando o aumento das irregularidades climáticas. Organize com seus colegas de escola um movimento para fazer o que for possível, pois se trata do futuro de Vs. e das próximas gerações.

    Paulo Yokota