Exploração do Xisto Gera Pequenos Tremores no Texas
28 de agosto de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: notícia no The Wall Street Journal, pesquisa insuspeita, tremores constatados no Texas decorrentes da exploração do xisto
Todos sabem que os Estados Unidos estão considerando os custos da energia decorrentes da exploração do xisto (shale) um dos fatores que determinam a recuperação de sua economia. Além de poderem contar com a independência energética, como seus custos são baixos, acabam proporcionando maior competitividade para diversos setores de sua economia. Mas, mesmo as pesquisas efetuadas por fontes insuspeitas, acabam mostrando que existem pesados prejuízos para a sua sustentabilidade, provocando até pequenos tremores nas áreas próximas das explorações mais intensas do xisto mediante o processo do seu fraqueamento (fracking), como está se observando na área chamada de Eagle Ford Shale, no sul do Estado do Texas.
O jornalista Tom Fowler, do The Wall Street Journal, informa sobre o estudo que apareceu no Earth and Planetary Science Letters, constatando pequenos tremores considerados terremotos nesta área. O jornal tomou o cuidado de analisar os seus resultados antes da publicação da notícia. Os autores do estudo sugerem que extrair óleo e água do solo nas áreas próximas das pedras e areias provocam tremores que são pequenos, algumas vezes imperceptíveis na superfície.
São frequentes as preocupações dos ambientalistas norte-americanos bem como da comunidade com as ligações dos terremotos com estes fraqueamentos hidráulicos, um método de injeção de águas com produtos químicos nas formações densas de xisto, a fim de explorar o petróleo que estava preso nestas rochas. Os estudos efetuados não encontram uma evidência direta sobre os fenômenos.
A conexão acaba sendo mais indireta como constatado pelos estudos: novos poços da região estão extraindo cerca de 600 mil barris de petróleo por dia, e também uma quantidade considerável de água. Dada a quantidade extraída, as rochas acabam sendo afetadas, provocando falhas com o seu escorregar, causando pequenos terremotos.
Os terremotos observados no Texas são semelhantes aos que vêm ocorrendo na cidade de Long Beach, na Califórnia, desde o século passado, segundo Cliff Frohlich, um dos autores do estudo e diretor associado da Universidade do Texas de Austin para Geofísica. A produção de petróleo e os poços de água subterrânea causam grande parte do afundamento de mais de 30 pés ao longo de muitos anos.
Os estudos do Eagle Ford conferem com os anteriores feitos pelos mesmos autores no norte do Texas, no chamado Barnett Shale. Outros estudos também relacionam estes movimentos sísmicos, como os efetuados em 2012 pelo US Geological Survey, e os feitos no Estado de Ohio pelos seus reguladores. O atual estudo foi o mais amplo que relacionou estes tremores com as extrações dos reservatórios.
Os tempos que estas reservas estão sendo exploradas diferem. E os estudiosos afirmam que os estudos científicos são cuidadosos e demorados, não sendo financiados por empresas ligadas ao setor.
Os indícios são preocupantes, pois o volume de extração que está aumentando em diversas regiões dos Estados Unidos, bem como em outras partes do mundo, utilizando esta tecnologia são significativas a ponto de provocar uma mudança na matriz energética mundial.
Já postamos uma matéria neste site, onde o descobridor desta tecnologia recentemente falecido expressava a necessidade de que as empresas beneficiadas pela mesma contribuam para o bem-estar da comunidade que está sendo afetada, considerando que isto terá consequências no longo prazo.