Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Insistentes Advertências de Barack Obama

19 de agosto de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: Barack Obama advertindo sobre bolhas, dificuldades com o poder do sistema financeiro, problemas similares na China

Barack Obama expressou suas preocupações com as bolhas artificiais que poderiam ser criadas com os atuais estímulos à recuperação econômica em muitas partes do mundo, principalmente nos Estados Unidos. O assunto está apresentado no site da Bloomberg de hoje num artigo escrito por David J. Lynch que explica que ele assumiu quando enfrentava as consequências de uma das bolhas. Na realidade, a criatividade do setor financeiro internacional que ganhou uma importância inusitada nas últimas décadas vem repetindo estas bolhas com período de profunda contração como a que se seguiu a crise imobiliária de 2007/2008, espalhando seus efeitos deletérios pelo mundo.

Também na China noticia-se que o setor financeiro, diante das dificuldades que enfrenta, inclusive com um sistema paralelo ao bancário e elevado endividamento, com muitos créditos não realizáveis, está sendo criados novos papéis sobre eles. São operações típicas de bolhas financeiras, ao mesmo tempo em que o setor imobiliário passa por outra. No Japão, na esteira dos Estados Unidos, para recuperar o seu nível de atividade, facilita-se créditos de todos os tipos, formando-se um novo boom imobiliário, de elevado risco, ao mesmo tempo em que a Bolsa de Valores atinge recordes sucessivos. Em muitos países emergentes, os resultados estão sendo superados pelos que se observam atualmente nos países chamados desenvolvidos.

Obama 2012

Presidente Barack Obama

De outro lado, os analistas do setor financeiro divulgam notícias alarmantes sobre algumas situações enfrentadas pelos países emergentes, ainda que sinais de recuperações modestas e convenientes venham se registrando.

Evidentemente que o quadro não é o desejável por todos, havendo fortes flutuações e elevados riscos, com quedas e subidas. O sistema financeiro acaba se beneficiando com estes movimentos, enquanto os investidores individuais ou familiares ficam com a menor parte dos benefícios e a totalidade dos prejuízos.

O sistema financeiro internacional resiste à imposição de regulamentações para os fluxos financeiros, e algumas autoridades acabam impondo limitações como ocorreu recentemente na Índia. Por mais que as autoridades monetárias se esforcem para tanto, sempre acabam correndo depois que tais fenômenos já ocorreram, diante da criatividade e numero de operadores privados em todo o mundo, atuando no mundo virtual e on time.

Evidente que no bojo destas manifestações de Barack Obama encontra-se também o problema da sua escolha para o novo comandante do FED, que é o Banco Central daquele país. No caso dos Estados Unidos, há um sistema de check and balance, inclusive com a maioria republicana no Congresso, com um governo democrata, além da importância do setor privado.

No entanto, as repercussões do que lá ocorre são imensas para o mundo, mesmo se tratando somente de pronunciamentos. Espera-se que estas advertências que são do seu presidente resultem em cuidados desdobrados para evitar o excesso de flutuações, que também já está na mira do ministro da Fazenda, Guido Mantega bem como do governo Dilma Rousseff.