Restrições à Pesca do Atum Bluefin no Pacífico

19 de agosto de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: criação das espécies, Japão propõe restrições, maior consumidor, pesca do atum bluefin (honmaguro)

Um artigo publicado no The Japan Times com base na informação divulgada pela agência Jiji informa que o Japão está propondo um corte emergencial de 15% na pesca no Pacífico dos atuns conhecidos como bluefin (honmaguro) com idade até 3 anos, quando eles começam a desovar. O objetivo daquele país, que captura 70% deste tipo de atum no mundo e que é o seu maior consumidor, é reduzir a média do que ocorria em 2002-2004 neste percentual de 15%, pois as pesquisas indicaram que sua população está se reduzindo para uma baixa recorde de 22.606 toneladas estimada para o Pacífico em decorrência do excesso de pesca.

Haverá uma reunião em Fukuoka no começo de setembro próximo para recomendar esta decisão que será feita finalmente em dezembro na Austrália. As regras internacionais sobre a sua captura no Pacífico são decididas pela Comissão das Pescas do Pacífico Central. Os Estados Unidos estão mais ousados, perseguindo uma redução de 25%. O Japão também está propondo que a exceção concedida à Coreia do Sul também seja cancelada.

Na realidade, a restrição tem que ser mais ampla, pois pelo que se sabe este tipo de atum percorre durante a sua vida todo o mundo, inclusive outros oceanos. Como a sua criação em fazendas marítimas está em ascensão em diversas partes do mundo, a pesca marítima deveria ser coibida, para permitir a utilização de suas ovas para o seu cultivo organizado.

Todos sabem que o consumo do atum generalizou-se por todo o mundo, com o seu consumo na forma de sashimi e sushi. Até os chineses que evitavam produtos consumidos in natura passaram a adotar estes hábitos alimentares que, a partir do Japão, chegou a todo o mundo nas últimas décadas. Evidentemente, estes fenômenos provocam um desequilíbrio difícil de ser mantido, notadamente para aqueles de maior valor e que são considerados benéficos para à saúde.

As técnicas para a sua pesca também estão sofisticadas, pois os navios atuneiros atuais utilizam o radar para a localização rápida dos cardumes, e sua melhor pesca é efetuada por longas linhas com iscas que são estendidas pelo mar, para serem recolhidas posteriormente.

Também estes navios estão dotados de sistemas de congelamento rápido, e depois de navegarem por meses, acabam chegando ao Japão para depositar suas cargas que vão para os leilões como do mercado de Tsukiji. O processo avançado de descongelamento permite que sua qualidade seja preservada, quase equivalendo ao fresco que é muito raro.

Tudo indica que a simples recomendação para evitar a captura de atuns de menos de 3 anos não parece eficiente. Atingida a sua cota, a proibição deveria ser drástica, pois está colocando em risco a sobrevivência de sua espécie.

Na realidade, o que está acontecendo com o atum bluefin também está acontecendo, talvez em menor grau, com outras espécies, que não se restringem ao atum. Com o desenvolvimento da psicultura, mais da metade dos frutos do mar está sendo cultivada hoje, com tecnologias cada vez mais avançadas. Tanto em decorrência do seu valor, como pelas possibilidades de contribuírem para melhoria da alimentação, visando uma vida mais saudável.