China Daily Sobre a Reunião do G-20
10 de setembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: algumas opiniões de acadêmicos, avaliação da reunião do G-20, potencialidade para crescimento e liderança mundial, preocupações com a bolha imobiliária
O China Daily, como um jornal oficial da China, procura avaliar a recente reunião do G-20 realizado em São Petersburgo, na Rússia, sob uma perspectiva mais otimista, ainda que nada de fundamental tenha sido decidido, servindo somente para que os chefes de Estados dos diversos países membros expressassem seus pontos de vista unilaterais. Os países mais desenvolvidos registraram que continuam se recuperando, informando que os emergentes estão se desacelerando, ainda que seus crescimentos apresentem taxas ainda mais elevadas do que os industrializados. Uma parte da imprensa internacional tende a atribuir as dificuldades recentes aos emergentes que perderam seu dinamismo anterior, ainda que parte da dificuldade seja originária das políticas de flexibilidade monetária que provocaram inicialmente uma valorização cambial destes países, para depois acusarem um forte refluxo de recursos, com violentas variações cambiais.
O China Daily registrou mais depoimentos positivos sobre a China, como o do professor Gregory Chin da Universidade de York do Canadá, que vem acompanhando estas reuniões de cúpula e informa que a China está mais avançada na sua política econômica que os demais membros do G-20. Mas também registra posições como do professor-adjunto da Universidade de Columbia de Nova Iorque que aponta a especulação imobiliária que estaria ocorrendo na China, problema que gerou as dificuldades nos Estados Unidos e no Japão. Também o professor da London School of Economics, Paul De Grauwe, informa que a desaceleração da economia chinesa é inevitável, devido a excessiva dependência do crédito bancário e a capacidade ociosa existente na economia.
Líderes do G-20 em São Petersburgo
Mas o jornal China Daily reforça a posição que a economia chinesa vai continuar a manter um crescimento de 7,5% ao ano, com base no pronunciamento de Yang Jiechi, State Consellor chinês. Utiliza também o depoimento mais otimista de Justin Yifu Lin, ex-economista chefe do Banco Mundial e atualmente professor da Universidade de Pequim.
Tudo indica que estas matérias estão sendo divulgadas diante das posições mais pessimistas apresentadas recentemente por Michael Pettis, já referidas neste site. O primeiro-ministro Li Keqiang, como também registrado neste site, apresenta a confiança de que o atual ajustamento, que já reduziu o crescimento para algo em torno de 7,5% ao anual, decorre das reformas que precisam ser efetuadas diante das dificuldades existentes.
Os dados mais recentes que estão sendo divulgados pela China, ainda que muitos duvidem de sua credibilidade, indicam que acompanhando a recuperação mais consistente de toda a economia mundial, inclusive com o aumento das exportações chinesas, podem evidenciar que um relativo otimismo se torna possível, mesmo reconhecendo que existem muitas dificuldades ainda a serem transportas.