Diferenças dos Efeitos de Medicamentos
11 de setembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Saúde, webtown | Tags: diferenciações nem sempre compreendidas, pesquisas clínicas, resultados diferentes com medicamentos
Diante da intensa campanha mundial para evitar discriminações como as raciais, os cientistas procuram evitar explicitar que os resultados das pesquisas clínicas demonstram diferenças de eficácia dos medicamentos sobre etnias diferentes. Um artigo corajoso de Henry I. Miller, da Universidade de Stanford, acaba de ser publicado no site do Project Syndicate mostrando o que já se conhece, mas ficou pouco explícito com receio de que isto tivesse alguma conotação como a que foi enfatizada pela ideologia nazista. Muitos sabem que os medicamentos que podem ser utilizados no Japão necessitam de comprovações com exames clínicos efetuados com os que fazem parte da etnia japonesa, como também se sabe por pesquisas que existem efeitos diferenciados para populações com cores diferentes de pele e outras características genéticas. Sem que haja intenções discriminatórias.
O artigo informa que se sabe há décadas que certas drogas podem causar anemias severas em pessoas com deficiência genética de enzima conhecida como G6PD. Também os pesquisadores descobriram recentemente que certos medicamentos contra o câncer são ineficazes na luta contra tumores que contêm a variante mudada do gene conhecido como KRAS. Os pesquisadores constatam que existem estas diferenças que necessitam ser consideradas nas pesquisas científicas quando da montagem de suas amostras.
Henry I. Miller, da Universidade de Stanford
Ainda que este assunto seja de interesse restrito a cientistas e médicos, quando determinados hospitais que possuem pacientes em número elevado de uma etnia, e se revelam propícios em efetuar pesquisas clínicas, deve ser considerar que está se tomando uma atitude racional para elevar as suas receitas, sem nenhuma conotação racial, que não se justifica mais atualmente.
O autor do artigo deixa claro que há que se combater as doenças com os dados científicos que se dispõe, e não com dados que gostaríamos que tivesse sensibilidade política e ética, ele que é especialista do assunto numa renomada Universidade reconhecida internacionalmente.
Muitos estranham quando os japoneses, por exemplo, explicitam que são propensas às determinadas doenças por possuírem intestinos mais longos do que as pessoas de outras etnias. De forma similar, parecem que existem mais resistentes a maiores dosagens de sódio, sem que suas pressões arteriais se elevem. Como também existem pessoas que se diferenciam quanto ao maior consumo de gorduras ou de álcool.
Tudo indica que os seres humanos são mais complexos que imaginamos, exigindo que os problemas de suas saúdes sejam examinados por especialistas que estejam capacitados a fazer estas diferenciações individuais. Também é possível concluir que o uso indiscriminado de medicamentos, sem as devidas prescrições médicas, devem ser evitadas, tanto pelas constituições que nos diferenciam como de seus efeitos combinados com outros remédios que estejam sendo utilizados.