Reformas Cogitadas no Banco Mundial
22 de outubro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: histórico e necessidades presentes, mudanças no tempo no Banco Mundial, necessidade de novos projetos fora da infraestrutura
Como é do conhecimento de muitos, o nome completo do Banco Mundial é Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento, tendo sido criado ao término da Segunda Guerra Mundial, junto com outros organismos internacionais como as Nações Unidas e o FMI – Fundo Monetário Internacional, para atender as necessidades de muitos países naquele período histórico. Muitos projetos de infraestrutura foram financiados para criar as condições para a aceleração do desenvolvimento nos países que eram chamados de subdesenvolvidos e depois em desenvolvimento. Hoje, em sua grande maioria, são chamados emergentes, contrastando com as economias industrializadas ou desenvolvidas.
Numa reunião recente, o The Economist relata que por inspiração do seu atual presidente, o coreano Jim Yong Kim, 300 banqueiros se juntaram ao monge vietnamita Thich Nhat Hanh para refletir num clima muito zen sobre a possibilidade de reformas no Banco Mundial, visando atender os projetos voltados para a eliminação da miséria absoluta, que se torna uma pauta importante nas instituições internacionais. O que se espera é que até 2030 os 40% da população mundial mais pobre tenham a condição de sacudir a economia mundial.
Sede do Banco Mundial em Washington
O artigo informa que o Banco Mundial financiou 12 mil projetos em 172 países desde a sua criação. Na realidade, suas exigências eram de que os recursos financiados fossem somente uma parte, exigindo a mobilização de muitas contrapartidas locais, como em relação ao Brasil. No entanto, tinham o mérito de provocar as autoridades para a racionalização de suas prioridades, bem como a práticas que melhoravam a gestão dos diversos projetos, funcionando como efeito de demonstração dos avanços das ações governamentais.
Atualmente, os empréstimos do Banco Mundial representam menos de 1% da produção combinada de seus mutuários. Seus recursos são caros, pois são obtidos no mercado internacional, ainda que o seu nome permita ligeiras reduções de custos e prazos mais longos.
Na reforma cogitada do Banco Mundial, a redução da pobreza extrema passa a ser uma área onde sua experiência pode ser aplicada, como vem sendo feito no Brasil e na Índia. O objetivo é fazer com que estes projetos sirvam de exemplos para outros realizados com recursos locais. Na realidade, muitos pobres estão sendo promovidos à classe média com os programas de países como estes.
Até agora, o Banco Mundial procurava atuar de forma regional. Hoje, parece que surge a necessidade de atender setorialmente, como em projetos conservacionistas. Parece que há necessidade de uma discussão mais profunda para definir as áreas prioritárias, onde sua ação possa ajudar o mundo de forma mais eficiente.
É preciso considerar, também, que estes organismos internacionais acabam tendo um custo elevado, com pessoal que nem sempre está capacitado a resolver complexos problemas locais. Muitos não apreciam as arrogâncias de técnicos internacionais, havendo também casos de interferências políticas.
As vacilantes intenções atuais precisam ser adequadamente discutidas. Também é necessário considerar que outras instituições paralelas, como a IFC – International Finance Corporation, também acabam atendendo projetos privados que podem ajudar neste processo. Ao mesmo tempo em que recursos orçamentários dos países membros acabam ficando escassos, exigindo complementações do mercado financeiro internacional de custos elevados.