Aumento dos Estudos Acadêmicos Sobre Yoga e Meditação
22 de novembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Saúde | Tags: até Harvard estuda os efeitos da yoga e meditação, aumento de praticantes, casos brasileiros, conhecimentos milenares
Apesar dos conhecimentos milenares que o yoga e a meditação ajudam na saúde humana, notadamente no afastamento do estresse e doenças, agora se intensificam os estudos acadêmicos de importantes instituições científicas sobre o assunto. Makiko Kitamura da Bloomberg elaborou um artigo mostrando os estudos que estão sendo feitos pelo psiquiatra da Harvard Medical School, John Denninger, que é diretor de pesquisas do Instituto Benson-Henry de Medicina Body Mind do Hospital Geral de Massachusetts. Por cinco anos, acompanham um grupo de pessoas que apresentam problemas. As formas como estas práticas antigas afetam os genes e as atividades cerebrais das pessoas cronicamente estressadas, prosseguindo estudos já feitos por outros cientistas, mostram que as técnicas assim chamadas demonstram que mente e corpo podem ligar e desligar alguns genes relacionados ao estresse e as funções imunológicas.
Os estudos até agora efetuados tendem a utilizar ferramentas como questionários dos praticantes, bem como frequências cardíacas e monitoramento da pressão arterial, informa o artigo. Recentemente, as neuroimagens e tecnologias genômicas estão sendo utilizadas, permitindo medir as mudanças fisiológicas em maior detalhe. Quando se medita, os efeitos se disseminam não somente sobre o cérebro como por todo o corpo. Este estudo tenta rotas alternativas para enfrentar uma série de doenças modernas.
Dr. John Denninger
O estresse provoca uma série de problemas como a hipertensão, a infertilidade, a depressão, assim como acelera o processo de envelhecimento, como determinam 60 a 90% das consultas médicas nos Estados Unidos, segundo dados do Instituto Benson – Henry. A OMS – Organização Mundial de Saúde estima que somente as empresas norte-americanas gastem US$ 300 bilhões por ano com absenteísmo, mudanças de emprego e baixa produtividade.
Entre os executivos norte-americanos existe um movimento chamado “mindfulness” que inclui devotos da meditação. John Denninger foi atraído pela medicina mente-corpo na década de 1960, pelo professor de Harvard, Herbert Benson, como uma possibilidade para evitar a depressão. Ele fez um intercâmbio com a Universidade de Hangzhou para treinar Tai Chi, e nesta época ele ainda se concentrava nas técnicas de respiração e viver o momento que até hoje utiliza.
A pesquisa atual acompanha 210 indivíduos saudáveis com altos níveis de estresse crônico relatados por seis meses, que são divididos em três grupos. Um pratica yoga na modalidade conhecida como kundalini, que incorpora meditação, exercícios de respiração e cantos de mantras, além de posturas. Outro grupo ouve audiovídeos para meditar, tudo por 20 minutos diários em casa. Todos são examinados semanalmente nos laboratórios, respondendo questionários, dando amostras de sangue para análise dos genomas e passam por exames de neuroimagens.
O estudo publicado em maio último pela revista médica PloS One mostrou que o relaxamento foi suficiente para aumentar a expressão de genes envolvidos em energia, metabolismo e secreção de insulina, além de reduzir a expressão de genes ligados à resposta inflamatória e de estresse. Mesmo os que não praticavam a meditação antes apresentarem resultados positivos.
Existem outros centros que estão efetuando pesquisas semelhantes como na Universidade da Califórnia, onde a ganhadora do Prêmio Nobel Elizabeth Blackburn descobriu que 12 minutos de meditação diária de yoga por oito semanas provoca o aumento de 43% do telemorase, o chamado enzima da imortalidade, sugerindo a redução do envelhecimento celular provocado pelo estresse, segundo o artigo.
Como nem todos são capazes de manter uma rotina diária de exercícios e relaxamento, sabendo-se as técnicas de gerenciamento de ar e tendo uma melhor compreensão do estresse, ajuda-se a construir uma capacidade para resistir a estas pressões. Sophia Dunn, um psicoterapeuta que treinou no King’s College de Londres, conclui que a yoga e a meditação são ferramentas que permitem nadar em águas difíceis.
No Brasil, o conhecido neurologista Dr. Koshiro Nishikuni está estudando e praticando yoga e meditação, de forma a poder recomendar aos seus clientes, como os que já sofreram AVC – Acidente Vascular Cerebral, cuja redução do estresse pode contribuir para a melhor qualidade de vida.