Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

A China e os Produtos Geneticamente Modificados

17 de dezembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: mistura com oposições políticas, protestos sobre os produtos geneticamente modificados, repetição do que se observa no resto do mundo

Também na China, como no resto do mundo, os que combatem os produtos geneticamente modificados aproveitam para contestar o governo, misturando o assunto com as oposições às orientações governamentais. Alegam que os Estados Unidos estão mais avançados nestas pesquisas e procuram boicotar a China, algo como quando ocorreu a Guerra do Ópio, visando à dominação do país. Os protestos se repetem na frente do Ministério da Agricultura, envolvendo muitos descontentes com as autoridades, desde cientistas até militares, que são tratados de forma política pelo governo, que procura informar a população com o apoio de muitos acadêmicos. Isto acontece em muitos países, inclusive no Brasil, ainda que as pesquisas estejam avançando, mostrando que os receios parecem infundados.

Na realidade, muitos que contestam o governo, mesmo na China, acabam provocando manifestações, sendo que as menos expressivas acabam sendo toleradas. Somente os que ganham muita projeção acabam sendo coibidas pelas autoridades, e os relacionados com estes produtos geneticamente modificados são considerados de forma suave. Na realidade, mesmo com os avanços nas pesquisas, sempre existe um espaço para a controvérsia, ainda que a prioridade pelo aumento da produção para o abastecimento da população acabe prevalecendo.

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Os avanços das pesquisas até agora não conseguiram levantar objeções importantes para estes produtos geneticamente modificados, que estão aumentando em todo o mundo, inclusive no Brasil. Mas sempre existem os mais radicais favoráveis à sustentabilidade, alegando que as pesquisas existentes ainda não são suficientes.

No caso dos chineses, estes produtos chegaram até ao arroz, que é o produto mais estratégico na China. Outros produtos, como o algodão ou as sojas, são importados em grande escala por aquele país, não havendo mais produções expressivas que não sejam geneticamente modificadas em todo o mundo para atender as demandas das dimensões chinesas.

O governo daquele país têm utilizado 61 acadêmicos seniores para convencer que estes produtos não causam danos, desenvolvendo campanhas públicas. Mas os que desejam contestar o governo pelas razões mais variadas utilizam o tema para as manifestações, que se concentram na frente da sede do Ministério da Agricultura.

Existem saudosistas chineses que ainda alegam que Mao Zedong seria contra estes produtos. Existem alguns acadêmicos chineses que também são contra, inclusive ambientalistas, mostrando que, mesmo naquele país considerado autoritário, existem vozes que fazem pronunciamentos que se tornam públicas.

Campanhas estão sendo intensificadas pelo governo, inclusive muitas amostras de arroz geneticamente modificado estão sendo servidas como mingaus para elevado número de pessoas. Tudo indica que o tema tornou-se também uma forma de manifestação de nacionalismo entre os chineses.