O Mundo Presta Homenagem Merecida a Nelson Mandela
11 de dezembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias | Tags: Dilma Rousseff falou em nome da América Latina, Fernando Henrique Cardoso, inspirou Barack Obama a cumprimentar Raul Castro, Lula e Fernando Collor, mais de 90 chefes de Estado, presenças de José Sarney
As merecidas homenagens mundiais foram apresentadas na cerimônia fúnebre realizada no FNB Stadium em Soweto, onde Nelson Mandela encerrou a Copa do Mundo que se realizou na África do Sul, segundo artigos publicados nos principais sites do mundo. Compareceram às homenagens cerca de 90 mil pessoas que quase lotaram o estádio, rivalizando com as homenagens prestadas a John F. Kennedy. Falaram na cerimônia, entre outros, o ex-presidente F.W. de Klerk, o último presidente branco da África do Sul, que partilhou com Mandela o Prêmio Nobel da Paz, por terem conseguido que negros e brancos tivessem a possibilidade de conviver pacificamente, num país que tinha uma política oficial de apartheid, que manteve Mandela preso por 27 anos. Ele continuará inspirando toda a humanidade para as conciliações, inclusive os brasileiros.
Barack Obama, o presidente dos Estados Unidos cumprimentou o presidente Raul Castro de Cuba, país que continuam mantendo sob boicote. A presidente Dilma Rousseff falou em nome da América Latina na cerimônia. Um coro levou às multidões as músicas gospel e antiapartheid, com as pessoas aplaudindo e agitando as bandeiras com o retrato de Mandela. O mundo estava se unindo de forma maravilhosa, como poucas vezes na história.
Personalidades mundiais estavam presentes, como a esposa de Mandela, Graça Machel, que foi também presidente de Moçambique, artistas locais e mundiais conhecidos, outros Prêmio Nobel da Paz. Muitos populares sul-africanos deram entrevistas para a imprensa internacional contando fatos marcantes da vida de Mandela que inspiraram a todos.
Mesmo depois que Mandela foi solto da prisão, muitas e duras negociações foram por ele comandadas, como a figura mais importante da CNA – Conselho Nacional Africano, tendo à frente de Klerk que era o presidente de então da África do Sul, mesmo sob os mais violentos protestos de brancos e negros que tentavam boicotar a conciliação. O braço direito de Mandela foi assassinado, ele que deveria ser o sucesso deste destacado líder antiapartheid, como multidões de inocentes negros sul-africanos, nos atentados mais cruéis que possuem poucos paralelos na história.
Somente o carisma e a determinação de Nelson Mandela, consolidados pelas longas meditações durantes seus anos de prisão, permitiram que se atingisse a conciliação, que ainda não se completou, pois os negros ainda continuam sofrendo desigualdades tanto com os brancos como os negros que enriqueceram recentemente.
Os velhos líderes com todos os seus defeitos terão que ser substituídos por jovens idealistas que foram inspirados por Mandela, mas, ainda assim, haverá necessidade de tempo de algumas gerações para superar a apartheid que foi construída ao longo de séculos, desde que os europeus chegaram a aquela parte da África.
Há que se considerar, também, as realidades tribais da África, onde diversas etnias não se entendem com outras. A chuva foi enfrentada pela multidão, pois elas também são símbolos alvissareiros da frutificação dos ensinamentos de Nelson Mandela, que foram transformados em impressionantes atos concretos, apesar da longa e sofrida perseguição de que foi alvo.
As homenagens locais ainda terão prosseguimento, até que ele possa descansar onde escolheu, uma pequena vila sul-africana onde ele passou a sua infância.