Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Acentuadas Irregularidades Climáticas

8 de janeiro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: as ondas gigantes no norte da Europa, calor acentuado no Brasil, o vórtice polar, onda de frio nos Estados Unidos e suas consequências, preços de energia, restrições de água na China

A Folha de S.Paulo informa que na sua ignorância um senador norte-americano conservador de Oklahoma teria perguntado onde está o tal aquecimento global diante da onda de inusitado frio que assola os Estados Unidos. O que se discute é a irregularidade climática bem descrita na matéria elaborada por Brian K. Sullivan e Naureen S. Malik publicada no site da Bloomberg, informando que as temperaturas no Centro Oeste norte-americano estão abaixo do Polo Sul, fenômeno que se repete a cada década ou a cada cinco anos, mas que está mais rigoroso neste ano, como não se observava há mais de um século, provocado por um fenômeno parecido com o de um tufão ártico. Ao mesmo tempo, noticia-se que no norte da Europa o litoral está sendo atingido por incomuns ondas gigantes que estão afetando o Canal da Mancha. Paralelamente, na China, informa-se que a carência de água está elevando as tarifas para os que as mais utilizam numa matéria publicada em português no Valor Econômico reproduzindo uma do Bloomberg, ainda que não tenha um relacionamento com os demais problemas.

As consequências de todas estas irregularidades climáticas e os problemas que criam, mesmo que não seja cientificamente relacionadas com os aquecimentos globais, aparentam uma forte correlação com o aumento do lançamento dos gases estufa. Os dados científicos mostram que os aquecimentos das águas nas correntes marítimas, como El Niño e La Niña, influenciam nas mudanças climáticas em muitas regiões, inclusive no Brasil. Já ficam evidentes que os laranjais norte-americanos estão congelados, os preços dos combustíveis acusam os primeiros aumentos e existem preocupações com as produções de cereais nos Estados Unidos, além dos elevados custos das paralisações das atividades econômicas e prejuízos materiais com as inundações e nevascas.

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Neves castigam os Estados Unidos, principalmente Chicago

Milhares de voos aéreos nos Estados Unidos foram cancelados, provocando um tumultuo nos transportes daquele país, que acabam afetando passageiros de todo o mundo. A onda de frio que atingiu o Centro Oeste norte-americano, vindo do Ártico, passando pelo Canadá, já atingiu a costa leste e caminha até o sul dos Estados Unidos, atingindo fortemente até os estados usualmente mais quentes como a Flórida e o Texas.

Em alguns lugares são temperaturas recordes de 20 anos há mais de um século, exigindo paralisações das rodovias e até ferrovias. Além das recomendações para que os que puderem permaneçam em casa, reduzindo a recuperação que estava se observando na economia dos Estados Unidos. Os desastres nas rodovias aumentam os prejuízos materiais, interrompendo até a movimentação nas ferrovias.

Os serviços meteorológicos estão em intensa atividade, comparando com dados passados, além de recomendarem os cuidados para a população, pois o frio já provocou muitas mortes. Tudo indica que a contribuição humana para estas deteriorações podem ser desconfiadas.

No entanto, as análises se concentram na divulgação dos fenômenos e não em suas causas, onde os aquecimentos globais são um dos mais suspeitos. Com a desculpa de que a recuperação econômica é uma prioridade importante, relevam-se as medidas para o estabelecimento de metas objetivas para os países, nos lançamentos de gases poluentes como o CO2. Os custos destas irresponsabilidades acabam recaindo mais pesadamente sobre os mais desfavorecidos que habitam áreas mais frágeis.

Há que se considerarem outros fatores a serem perseguidos pela humanidade, ao lado de um desenvolvimento sustentável, melhorando a distribuições dos benefícios do crescimento e o estabelecimento de condições mínimas para os menos favorecidos, inclusive do ponto de vista social, ainda que se deva evitar que se procure distribuir o que não foi produzido.